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Móveis danificados e lama nas ruas do Conjunto Palmeiras após alagamentos

Prefeitura promete enviar à Câmara projeto de lei que autoriza indenização para famílias atingidas de forma emergencial
21:58 | Fev. 25, 2019
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Vizinhos se uniram para limpar a lama que ficou dentro das residências do Conjunto Palmeiras após um domingo de alagamentos. Móveis, roupas e eletrodomésticos foram perdidos na maior enchente enfrentada nos últimos anos, segundo moradores. A água chegou a ficar no nível da cintura de pessoas adultas. Nem mesmo elevando os pertences em cima de tijolos ou mesas foi possível se safar dos danos. O prejuízo financeiro e emocional é relatado por quem vive próximo à barragem do rio Cocó, local mais atingido do bairro.

"Foi um dia pavoroso", afirma Maria Cristine Ramiro, 30. Quando acordou na manhã de domingo, a moradora da rua Missionário Silva diz que a água já batia no meio da canela. "Agradeço a Deus a gente não ter levado choque, porque estava tudo ligado aqui". Depois que a água desceu, Cristine não teve coragem de ligar a geladeira para saber a gravidade do dano. Ela, marido e quatro filhos tiveram que se abrigar na casa da mãe. Ontem, as crianças não foram à escola. A mais nova está doente e Cristine teme que a umidade da casa agrave o caso. Os animais que cria, como gatos, galinhas e cavalos, foram levados para ruas mais altas e menos afetadas ou fugiram.

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Além da casa alagada, Carmelina Arruda Teixeira, 31, também teve perdas na padaria que administra com o marido na rua Batista Aragão. A fonte principal de renda da família teve equipamentos com motores queimados. Pelas contas preliminares, o prejuízo é de R$ 15 mil. "A gente se mantinha daqui. Vai fazer o que agora? Hoje já veio gente atrás de pão", lamenta. Carmelina critica a confusão com indenizações prometidas pela Prefeitura de Fortaleza para moradores da área considerada de risco.

Há 20 anos morando na avenida Valparaíso, não é a primeira vez que Antônia Márcia Dutra, 39, passa por situação parecida. A comerciante afirma ter perdido a conta de quantas vezes gastou com reformas para deixar a casa mais segura em relação a enchentes. No domingo, perdeu camas, armários e mercadorias. De acordo com ela, a Prefeitura já prometeu que a família seria removida da área. Também residente da mesma via, Josimar Teodoro, 55, diz esperar há três anos resposta do programa Minha Casa Minha Vida para se mudar do local. Deficiente físico, ele vive de aposentadoria e não sabe como vai comprar novamente os bens que perdeu.

Em nota, a Secretaria Municipal do Desenvolvimento Habitacional (Habitafor) afirma que a Prefeitura está prestando assistência às famílias atingidas. Cadastros foram feitos para que recebam "colchonetes, redes, alimentação, medicamentos e demais serviços essenciais". Segunda via de documentos perdidos nos alagamentos será providenciada pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras).

Projeto de lei emergencial será enviado pelo prefeito Roberto Cláudio à Câmara dos Vereadores para tratar de indenizações financeiras, segundo a pasta. Em coletiva de imprensa, RC disse que doações de roupas e cestas básicas também serão feitas. Equipes da Defesa Civil ainda visitam as áreas afetadas para analisar a dimensão dos prejuízos.

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