Teve aparelho digital roubado? Saiba como evitar golpes depois do susto

Especialista em segurança cibernética dá dicas de como prevenir que ladrões possam usar diversos tipos de equipamento para acessar dados pessoais ou financeiros

Além do prejuízo imediato, quando uma pessoa tem o aparelho celular roubado pode ser vítima de golpes financeiros e ataques cibernéticos, por conta do acesso que os criminosos possam vir a ter de dados pessoais e bancários armazenados em aplicativos.

Para alertar sobre tais riscos, o jornal O POVO escutou o especialista em cibersegurança, Marcos Simplicio, membro do Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE). A primeira dica que ele dá é ter uma senha forte, ou seja, que combine números, símbolos e letras. Nada de usar datas de aniversário ou nomes de pessoas ou lugares.

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Além disso, "é importante não deixar nenhum arquivo com senhas salvas no dispositivo, pois senão o furto fica fácil, em especial se isso for feito com a tela desbloqueada", lembra.

Para Simplicio, que é também professor da Universidade de São Paulo (USP), o uso de aplicativos que ocultam outros aplicativos, pastas cifradas para dados sigilosos e uso de senha bloqueável no chip também reduzem de forma significativa, a possibilidade de que o assaltante acesse essas informações. “Esse tipo de estratégia é recomendada até mesmo contra o chamado ‘sequestro do Pix’, ao esconder do bandido a existência do aplicativo”, destaca.

Mesmo quem não teve o celular roubado, contudo, pode ter seus dados acessados a partir de brechas nos dispositivos ou erros comuns que os usuários de smartphones e de aparelhos que se configurem como integrados à chamada internet das coisas (IoT, na sigla inglesa). "Um exemplo são os casos de câmeras de segurança invadidas no Brasil simplesmente por serem mal configuradas, com o usuário e a senha padrão do sistema, o que permite a invasão por parte de hackers”, cita.

Nesse sentido, para Simplicio, as ferramentas de inteligência artificial tanto podem facilitar como ajudar a prevenir tais golpes. “Algumas técnicas de inteligência artificial para criar vídeo e áudio falso se passando por outra pessoa podem ser usadas, por exemplo, para burlar sistemas de autenticação pela internet baseados em biometria. O bandido simplesmente pega a imagem da sua face e faz parecer, no vídeo, que você está se movendo”, explica.

Por outro lado, Simplicio afirma que existem ferramentas sendo desenvolvidas com capacidade de “evitar que um sistema baseado em Inteligência Artificial seja enganado, por exemplo, por outro sistema também baseado em Inteligência Artificial. O princípio é conhecido como ‘segurança por projeto’: tentamos identificar as potenciais brechas desde a concepção do sistema”.

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