Com tarifaço dos EUA, Elmano negocia ampliação do mercado cearense para a China

Governador do Ceará afirmou que trabalha com Consulado chinês, para ampliação da relação comercial para que produtos que não entrem aos EUA vão para Ásia

16:41 | Jul. 31, 2025

Por: Samuel Pimentel
Exportações do Ceará são prejudicadas com taxação de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos (foto: FCO FONTENELE)

O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), confirmou negociação para ampliação das relações comerciais do Estado com a China, para encaminhar os produtos cearenses para o país e mitigar as perdas.

“Temos reunião marcada com o Consulado da China na busca pelo fortalecimento de novos mercados. Farei tudo que estiver ao meu alcance para que nossos produtores e nossa economia não sofram tantas consequências.”

Elmano afirma que a taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros é absurda e injustificável. Nessa quarta-feira, 30, a Casa Branca confirmou quase 700 exceções às tarifas, no entanto, grande parte dos produtos cearenses exportados ao País ficaram de fora.

O governador também confirmou que estuda compras públicas de produtos de empresas exportadoras prejudicadas, principalmente perecíveis, para serem utilizadas em programas sociais e equipamentos públicos do Estado, como o Ceará sem Fome e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Medidas econômicas também estão na pauta, mas, segundo enfatiza o governador, nenhuma ação colocará em risco o equilíbrio fiscal do Estado, considerado “prioridade absoluta”.

Elmano ainda disse que determinou encontros individuais, ainda nesta quinta-feira, 31 de julho, com os setores mais atingidos, como o de pescados, castanha de caju, água de coco, cera de carnaúba, couros e calçados.

Outra determinação trata da liberação aduaneira mais agilizada para o envio de mercadorias rumo aos Estados Unidos antes do início da taxação, no próximo dia 6 de agosto. A proposta é uma “união de forças” entre Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), Receita Federal e Porto do Pecém.

Nesta fase de estudos, secretarias estaduais, como da Casa Civil, da Fazenda (Sefaz) e Procuradoria-Geral do Estado (PGE) estão mobilizadas.

“Neste momento difícil, estou ao lado das nossas empresas e nossos produtores, do maior ao mais humilde, para minimizar os impactos em seus negócios e para que os empregos dos cearenses sejam preservados. Estamos preparando uma série de medidas de apoio em parceria com o Governo Federal e em permanente diálogo com os setores.”

Nesta sexta-feira, Elmano deve se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “O momento é de união de todos nós que queremos o bem do nosso Estado.” 

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