Governo do Ceará elenca 6 setores mais impactados com tarifa de Trump
Os maiores efeitos da medida que impõe uma taxa de 50% a todos os produtos brasileiros a partir do dia 1º de agosto seriam tanto nas exportações quanto nos empregos
O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), elencou, em entrevista exclusiva ao O POVO nesta terça, 15 de julho, pelo menos seis setores que serão mais impactados com as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A medida impõe uma taxa de 50% a todos os produtos brasileiros a partir do dia 1º de agosto. Os maiores efeitos seriam tanto nas exportações quanto nos empregos, com destaque para: aço, mineral (pedras e granitos), pescado, castanha de caju, cera de carnaúba e pás eólicas.
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“Tem um impacto importante na economia cearense. O Ceará talvez seja um dos poucos estados em que a nossa relação comercial é superavitária. Então, vende mais do que compra produtos dos Estados Unidos.”
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Conforme o chefe do Executivo, a reunião, promovida na última segunda-feira, 14 de julho, com os representantes dos setores produtivos, serviu para confirmar o cenário preocupante. Porém, explicou que é necessário fazer um esforço diplomático intenso e “não cair numa isca de fazer uma quebra de braço”.
O POVO questionou os valores apresentados neste encontro com o empresariado e os dados ficaram de ser repassados. Assim que houver atualização a matéria será atualizada.
“Não interessa à economia brasileira uma queda de braço, mas, ao mesmo tempo, é preciso manter o otimismo, a tranquilidade, a firmeza nas posições. Sem entrar num jogo de quem é o mais forte, quem perde mais, quem ganha mais. Isso não interessa à economia brasileira, aos trabalhadores brasileiros.”
A ideia é mapear os segmentos mais impactados no Estado e traçar estratégias para redução de danos. Os empresários também pleitearam uma interlocução junto ao Governo Federal no sentido de reforçar o canal de negociação com o governo americano para redução de tarifas.
Como cada setor é afetado?
Os EUA são hoje o principal parceiro comercial do Ceará. De acordo com dados do Observatório da Indústria do Ceará, somente neste ano, mais de US$ 366,8 milhões em produtos cearenses foram exportados ao País. O número representa 47,61% do volume total de exportações.
Dentre os principais produtos exportados estão: aço (US$ 262,3 milhões); peixes (US$ 19,1 milhões) e calçados (US$ 13,9 milhões).
De acordo com Elmano de Freitas, o setor do aço tem uma especificidade: o item já está com uma tarifa de 50%. Ou seja, há uma dúvida se será adicionado 50% ou se ficará do jeito que está.
Já na parte mineral, com pedras e granitos, parte da produção vai para o Espírito Santo, mas avalia que o reflexo não será apenas no dia que a tarifa entrar em vigor e, sim, imediato.
“Porque alguns compradores já estão dizendo para não enviar as mercadorias. Então, já começa a haver uma dúvida sobre como proceder. O mesmo acontece com a produção de peças.”
No caso do pescado, o governador destacou que, neste momento, há um contêiner no mar e outro contêiner chegando ao porto. Por isso, estão sendo estudadas medidas para não perder a mercadoria e, assim, não gerar um grande prejuízo a categoria.
Outro ramo também é o da cera de carnaúba, devido aos postos de trabalho. “A cera de carnaúba e a castanha-de-caju nos preocupam um pouco, porque a safra começa a ser colhida agora. No segundo semestre inteiro é colhida, então tem um impacto de emprego importante”, destaca Elmano.
Entenda os impactos de uma eventual taxação dos EUA por parte do Brasil | O POVO News
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