Petrobras anuncia estudos para diversificar produção da Lubnor no Ceará

Na visita, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, reforçou o compromisso da Petrobras com a continuidade operacional da Lubnor, depois da rescisão do contrato de venda

A Petrobras anunciou estudos para investimentos na Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Ceará. Dentre os planos estão aumento da produção atual até fabricação de biobunker, combustível para navio. Veja lista de estudos mais abaixo.

Durante a visita na sede, Jean Paul Prates reforçou o compromisso da Petrobras com a continuidade operacional da Lubnor, depois da rescisão do contrato de venda da refinaria.

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"Vamos investir para tornar a Lubnor uma refinaria de baixo carbono. Os estudos têm duas grandes vertentes: ajustar o esquema de refino da unidade e integrá-la às iniciativas de descarbonização conduzidas em todo o parque de refino da Petrobras", explicou Jean Paul Prates.

Assim, de acordo com o presidente da estatal, entre as principais iniciativas em estudo para a Lubnor estão:

  • Aumento da produção de Lubrificantes Naftênicos
  • Produção e venda de Asfaltos de Baixo Carbono (CAP Pro)
  • Adequação para produção de Diesel com conteúdo renovável (Diesel R5)
  • Utilização de Biometano da rede de distribuição da CEGAS e Energia Elétrica Renovável Certificada
  • Produção de Biobunker

Em série de agendas em Fortaleza, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, também apresentou nesta quarta, 27, o projeto para o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT) e para o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT).

Sarto destaca que o plano de investimento deve contribuir também para o fortalecimento da produção de biocombustíveis no País.

"A decisão impacta nossa cidade muito positivamente, atraindo novos investimentos e gerando oportunidades de trabalho para a nossa gente. Assumimos o compromisso de estreitar ainda mais os diálogos, através do grupo de trabalho já instituído, para que a Petrobras desenvolva projetos sociais aqui em Fortaleza, beneficiando principalmente a região do Mucuripe", disse o prefeito.

Já o governador, que recebeu Prates no Palácio da Abolição pela manhã, destacou o projeto. "Eu tenho certeza que será um ganho muito importante para o estado do Ceará e para Fortaleza, com criação de empregos para nossa Capital", afirma.

Ainda no encontro, Elmano recebeu mais detalhes de Prates sobre os investimentos na área de transição energética, com criação de diretoria só para tratar dessa questão.

Segundo o governador, é nesta diretoria que será pensado o envolvimento da empresa com hidrogênio verde e eólica offshores (com projetos no Ceará e no Rio Grande do Norte).

A Lubnor é uma das líderes nacionais em produção de asfalto e a única no país a produzir lubrificantes naftênicos. Ainda durante o governo Bolsonaro foi fechado acordo para venda a Grepar Participações, em maio de 2022, por US$ 34 milhões.

Em novembro passado, no entanto, a Petrobras cancelou o acordo de venda. Isso fez com que a Grepar recorresse à Justiça. Até chegar a esse ponto, a Petrobras suspendeu por duas vezes a conclusão do negócio.

Inicialmente, estava previsto para 1º de agosto a transferência dos ativos, o que não ocorreu. Nos dois meses seguintes, apesar da promessa, a conclusão não foi feita.

Questões fundiárias atrapalharam negócio entre Petrobras e Grepar

Além da relação conflituosa entre Petrobras e Grepar, a estatal ainda precisava buscar solução para outro imbróglio, com a Prefeitura de Fortaleza.

Isso acontece porque parte do terreno que a Lubnor ocupa é de propriedade da Prefeitura de Fortaleza. Apesar de negociações, até o momento não há acordo para findar o termo fundiário.

À época, o presidente da Petrobras destacou como a problemática do terreno foi importante para que o negócio não fosse efetivado.

“As questões fundiárias de grande complexidade que envolviam dois entes federativos distintos com relação aos terrenos onde ela está localizada não foram resolvidas no prazo avençado. E como essa condição de regularização fundiária não foi atingida, o contrato é rescindido", disse Prates.

Pela parte que detém, cerca de 30% da área, a Prefeitura de Fortaleza participou de reuniões com a Petrobras, mas, conforme O POVO publicou em novembro, os valores oferecidos não foram vistos de forma positiva pela gestão.

À época da venda da Lubnor para Grepar, em maio de 2022, o prefeito José Sarto deu sua opinião sobre a questão, já que a concretização do negócio envolvia a negociação com o Município. Na oportunidade, ele disse que até investimentos da Prefeitura naquela região da orla foram suspensos.

"Aquela é uma área estratégica. Estamos com um projeto de revitalização de toda nossa orla, e a área que vinha sendo excluída desse projeto era essa da tancagem por causa do contrato com a Petrobras", destacou.

Sindipetro e a ameaça de greve

Outra parte dessa negociação foi o movimento dos trabalhadores. Desde o anúncio da privatização, o Sindicato dos Petroleiros do Ceará e Piauí (Sindipetro-CE/PI) se posicionou contra a venda.

Uma greve nacional chegou a ser convocada em junho após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar o negócio entre Petrobras e Grepar.

A principal crítica do Sindipetro era em relação à criação de um monopólio privado na Região, temendo riscos de desabastecimento de produtos produzidos pela refinaria, devido ao controle da produção e do mercado, com definição do mix de produtos de acordo com os interesses da empresa.

"O impacto econômico e social será muito grande para o estado. Continuaremos na luta para conseguir reverter essa venda", disse o presidente do Sindipetro, Fernandes Neto.

Com informações de Samuel Pimentel

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