Enel confirma suspensão temporária de venda da operação no Ceará

A empresa controladora italiana, informou no fim de 2022 que pretendia vender a operação gerida pela Enel Distribuição Ceará

Por meio de comunicado ao mercado, a Enel confirmou que está suspendendo temporariamente o processo de venda da sua operação de distribuição de energia no Ceará.

A empresa controladora italiana, informou no fim de 2022 que pretendia vender a operação gerida pela Enel Distribuição Ceará.

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No comunicado, disponível ao mercado no site da B3 (Bolsa de Valores Brasileira), informa que "em complemento aos Fatos Relevantes divulgados em 22 de novembro de 2022 e 9 de fevereiro de 2023, comunicar que, nesta data, foi informada sobre a decisão de seus acionistas controladores de suspender temporariamente os procedimentos de análise e prospecção para possível alienação do controle acionário da Companhia".

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Na ocasião, a Enel ainda reitera que a conveniência e oportunidade de alienação das ações de sua emissão é decisão que cabe exclusivamente aos seus acionistas.

O desinvestimento da Enel no mercado cearense fazia parte de um plano internacional de readequação de investimentos.

A ideia era que a operação no Brasil concentrasse esforços em distribuição nas operações de distribuição em São Paulo e Rio de Janeiro.

Novos planos para a Enel no Brasil?

Em comentário a jornalistas após o Capital Markets Day 2023 (realizado nesta quarta-feira, 22, em Milão), em que apresentou o planejamento estratégico do grupo Enel para 2024-2026, o CEO Flavio Cattaneo, explicou a decisão.

Segundo o executivo, a venda da Enel Ceará só deve ocorrer após a definição das regras para a renovação da concessão. A companhia, neste momento, "está em compasso de espera sobre o andamento das discussões" no Brasil.

O atual contrato da Enel Ceará para operação de distribuição de energia no Ceará vence em 13 de maio de 2028.

No que se refere aos investimentos planejados, a Enel separou 6,8 bilhões de euros para aportes nas suas operações na América Latina, sem especificar quanto será disponibilizado para o Brasil ou Ceará.

Desse montante, há planos de investimentos da ordem de 2,6 bilhões de euros em geração de energia renovável.

Ainda nas perspectivas de futuro, a avaliação da Enel sobre o mercado brasileiro apresenta um cenário de previsibilidade. A ideia da Enel é concentrar investimentos "onde os retornos são visíveis, o arcabouço estável assim como os ambientes macroeconômicos e políticos".

CPI da Enel no Ceará e apagão em São Paulo

A atualização da italiana Enel sobre como vê e planeja os próximos passos de seus investimentos no Brasil ocorre em momento próximo ao recente apagão de energia que durou mais de uma semana, em São Paulo.

Com o apagão, os deputados estaduais paulistas abriram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o trabalho da empresa no estado. O movimento foi similar ao que ocorreu no Ceará, onde CPI foi iniciada na na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).

No Capital Markets Day 2023, o diretor da Enel para a divisão chamada Resto do Mundo (que inclui o Brasil), Alberto de Paoli, explicou que, após os recentes problemas enfrentados em São Paulo, houve reforço das equipes da empresa.

Segundo ele, a iniciativa visou atender às ocorrências verificadas com o clima extremo. No entanto, disse que é necessário que haja a discussão para a rede como um todo, para que seja mais resiliente.

No Ceará, a CPI da Enel, instalada em agosto, segue ativa ouvindo as partes envolvidas na operação. Entre as novidades trazidas a partir de trocas de informações entre deputados paulistas e cearenses está a de que a Enel Ceará planeja implementar um sistema de cortes via celular.

O presidente da CPI na Alece, Fernando Santana (PT), trouxe a questão à tribuna nessa terça-feira, 21.

"A Enel estuda criar um sistema que tem como objetivo cortar a energia, por meio de um aplicativo de celular, sem precisar o técnico ir até o endereço do cidadão. Olha a que ponto chegamos. Estão criando um sistema para cortar a energia, e não para melhorar o serviço", criticou.

O POVO entrou em contato com a Enel Ceará para checar a possibilidade trazida pelo deputado. A empresa responde informando que não pretende implementar tal medida.

"A companhia mencionou, na audiência da Alesp, um projeto piloto de medição inteligente de energia que ocorre em São Paulo para alguns clientes e que permite o acompanhamento do consumo de forma remota pelo cliente por meio de aplicativo. A tecnologia possibilita, além do acompanhamento do consumo, outros benefícios como a identificação à distância de falha no fornecimento", afirma em nota.

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