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Custo da construção civil no Ceará registra 4º maior alta do Brasil em janeiro

Encarecimento registrado no Ceará fica acima da média brasileira de alta de 0,72%, sendo influenciado pelo aumento de preço dos materiais de construção
11:56 | Fev. 09, 2022
Autor Alan Magno
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Alan Magno Estagiário de jornalismo
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Tipo Notícia

O gasto médio na construção civil por metro quadrado (m²) no Ceará inicia o ano com registro da quarta maior alta de preços do Brasil. O resultado é medido pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), conforme divulgado na manhã de hoje, quarta-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Estado, o aumento registrado no comparativo entre janeiro deste ano e dezembro do ano passado foi de 1,58%. 

Encarecimento no Ceará fica acima da média brasileira de 0,72%. No comparativo nacional, os estados do Norte e Nordeste foram os que mais registraram aumentos de preços nas atividades relacionadas à construção civil. 

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A maior alta do País foi computada em Alagoas, onde o custo por metro quadrado subiu 4,30% com relação aos valores praticados em dezembro de 2021. Na sequência veio Tocantins, com elevação de 4,14% e em terceiro lugar, o Piauí, com alta de 3,34%.

Com os aumentos registrados no primeiro mês do ano, Ceará inicia 2022 com o sexto metro quadrado mais caro para construção entre os nove estados do Nordeste. O custo médio de construção no Estado chega ao patamar de R$ 1.417,43.

Valor é R$ 211,75 mais caro do que o registrado há um ano, quando em janeiro de 2021, o valor médio por metro quadrado no Ceará era de R$ 1.205,68. Salto no preço é de 17,56% em um ano

Embutidos na alta, o custo de mão de obra no Estado para construção civil computa aumento de 8,47% entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022, tendo saído de R$ 483,14 no ano passado para R$ 524,11 no começo deste ano, com alta de R$ 40,97. 

O maior vilão do aumento do custo da construção civil no Ceará, porém, diferentemente do que ocorre no cenário nacional, são as despesas com os materiais utilizados nas obras.

Em janeiro de 2021, no Estado, eram gastos, em média, R$ 581,76 com material para construção de cada metro quadrado. Um ano depois, esse valor saltou para R$ 719,31. O aumento de R$ 137,55 representa um encarecimento médio de 23,64%.

O preço mais caro do Nordeste encontra-se na Bahia, onde, em média, são necessários R$ 1.493,47 para construir um metro quadrado. Rio Grande do Norte, por outro lado, apresenta o mais barato, com preço de R$ 1.337,76.

Preço do metro quadrado para construção por Estado do Nordeste

  • Bahia - R$ 1.493,44
  • Paraíba - R$ 1.446,06
  • Maranhão R$ 1.443,88
  • Piauí - R$ 1.431,10
  • Alagoas - R$ 1.418,11
  • Ceará - R$ 1.417,43
  • Pernambuco - R$ 1.385,31
  • Rio Grande do Norte - R$ 1.337,76
  • Sergipe - R$ 1.353,33

Cenário de preços para construção civil por região do Brasil

Com os saldos de cada estado, a média de preço por metro quadrado para construção na região Nordeste ficou em R$ 1.433,20. O Nordeste computa a segunda maior alta para o mês de janeiro no comparativo com as demais regiões do Brasil, com encarecimento de 1,05% no preço por metro quadrado. 

Em primeiro lugar no comparativo de altas por região, o Norte do Brasil registra um encarecimento médio de 1,24% e atinge o patamar de R$ 1.525,10 por cada m² construído. A terceira maior alta do País foi registrada pelo Centro-Oeste, com encarecimento de 0,79%, seguido pelo Sudeste, com 0,48% e Sul (0,32%). 

Apesar de registrar a segunda menor alta de preços no m2 construído, o Sul do Brasil apresenta o maior patamar médio de preço para construção civil, com custo de R$ 1.599,93. Na sequência, a região sudeste apresenta preço médio de R$ 1.579,80 e o Centro-Oeste, R$ 1.515,22 (menor valor do País).

Contexto nacional

Conforme o IBGE, o cenário nacional apresenta contexto positivo, com menor alta computada desde agosto de 2021 e redução da influência do preço dos materiais de construção no custo por metro quadrado.

“O início de 2022 foi marcado por uma menor pressão de aumento de preços. Janeiro é o terceiro mês consecutivo em que a parcela dos materiais exerce uma menor pressão na variação mensal. Em novembro, a parcela de materiais teve alta de 1,66%, em dezembro de 0,76% e em janeiro de 0,63%", conforme detalha o gerente do Sinapi, Augusto Oliveira.

Ele reforça ainda que os aumentos expressivos registrados em Alagoas, Tocantins e no Piauí refletem acordos coletivos firmados para reajustes salariais dos trabalhadores do setor. "Janeiro tem como característica o impacto do aumento do salário mínimo nacional nas categorias sem qualificação, que têm piso muito próximo a esse valor. Serventes e auxiliares têm um reajuste que não é relacionado aos dissídios captados, mas porque as empresas precisam se adequar ao novo piso nacional, que teve alta de 10,2%”, explica Augusto. 

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