Ceará Credi pode se tornar política pública permanente, afirma coordenadora do programa

Projeto busca estimular o empreendedorismo regional com liberação de microcrédito orientado para empreendimentos em todo o Estado

Anunciado no dia 9 de abril, o Programa de Microcrédito Produtivo Orientado do Estado, Ceará Credi, começará a receber inscrições de empreendedores nesta quinta-feira, 20. Em sua primeira edição, o projeto prevê investimento de R$ 100 milhões em liberação de empréstimos entre R$ 500 e R$ 5 mil para microempreendedores e profissionais autônomos que queiram investir ou criar um pequeno negócio no Estado.

Mesmo antes de ser implementado na prática, o programa recebe apoio e incentivos do governo do Estado, que busca consolidar ação como uma política pública permanente da economia cearense. A informação foi divulgada ao O POVO pela coordenadora do programa, Silvana Parente.

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Ela pondera ainda que devido ao pioneirismo do programa, os primeiros meses de seu funcionamento servirão de base para ações futuras. Uma das estratégias adotadas será o mapeamento e cadastro de comerciantes e entidades que por ventura tenham seus serviços e/ou produtos contratados/comprados pelos empreendedores beneficiados com empréstimos do Ceará Credi.

A ideia é ter dados suficientes para mensurar de quais maneiras e em qual intensidade a aplicação das verbas liberadas para o Ceará Credi movimentou a economia local, para assim “termos registrado quanto, de que forma e quando esse dinheiro tá entrando em circulação no Estado”, detalha Silvana.

O foco principal com a ação é atender à orientação do governador do Ceará, Camilo Santana (PT), de reunir esforços para consolidar o programa como uma política pública permanente do Ceará. “Iremos em um futuro próximo, buscar financiamento e parcerias até com entidades internacionais para expandir a abrangência do programa”, detalha Silvana.

Permitindo financiamento individual e coletivo e fornecendo prioridade para para pessoas em situação de vulnerabilidade e beneficiários de políticas sociais, o programa pretende atuar como impulsionador da economia regional por meio do empreendedorismo. 

Apesar da abrangência estadual, devido a questões socioeconômicas e geográficas, espera-se uma maior demanda de empréstimos vinda de empreendedores localizados na Capital e na Região Metropolitana de Fortaleza. “Nossa expectativa é que irá ocorrer essa concentração, mas já estamos trabalhando ações de marketing e divulgação para fortalecer a adesão no interior do Estado”, afirma Silvana.

Passo a passo da solicitação de empréstimos no programa Ceará Credi

>>  O interessado deverá realizar um cadastro na plataforma do programa

>> Diante dos dados informados, um agente comunitário de crédito entrará em contato com o empreendedor para que seja elaborado, em conjunto, um plano de negócio com as necessidades de investimento e formas de gerência do capital a ser buscado por meio do empréstimo

>> Com o plano de negócio elaborado, este será submetido a avaliação da equipe do Ceará Credi 

>> Mediante aprovação do plano de negócio, o empréstimo solicitado será liberado

>> Depois que o crédito for liberado, o solicitante poderá ter acesso aos valores por meio do aplicativo E-Dinheiro, que funcionará como uma poupança digital para o empreendedor, fornecendo ainda os serviços bancários de transação e pagamento via internet banking. 

O processo deverá ser dinâmico, sem muito tempo de espera e com pouca burocracia conforme detalhamento feito pelo governador do Ceará, Camilo Santana (PT). Ao todo, após consolidação do programa, serão disponibilizados ainda 34 pontos de atendimento presencial aos beneficiários, como nos vapt vupts, nos centros dos Sines/IDT e nas casas do cidadão ao redor do Estado.

Quem pode solicitar empréstimo pelo Ceará Credi?

>> Microempreendedores formais e informais
>> Autônomos
>> Agricultores familiares que possuam negócios não agrícola como a produção de artesanato
>> Grupo produtivo solidário

Quais as principais atividades a serem comtempladas pelos empréstimos ?

>> Pequenas linhas de produção
>> Artesanato
>> Comércio
>> Serviços
>> Empreendedorismo social e cultural

Taxas e carências dos empréstimos disponibilizados pelo Ceará Credi

Em virtude da pandemia de Covid-19 e como forma de incentivar a adesão do programa, as taxas de juros serão zeradas para todos os pedidos feitos em 2021. A partir do próximo ano, 2022, irão variar entre 0,3% ao mês para linha de investimento fixo ou misto, com acréscimo de 2% sobre o valor desembolsado, e de 0,5% ao mês para linha de capital de giro, sendo os menores percentuais do mercado, conforme frisa o governador do Estado, Camilo Santana (PT), ao anunciar a medida.

Com relação aos empréstimos de capital de giro, será oferecida carência de até 2 meses para início do pagamento, podendo ser parcelado de 4 até 9 vezes. Para o investimento fixo ou misto a carência será de quatro meses, com possibilidade de financiamento de 12 até 24 meses.  

O programa prevê ainda um retorno de 10% do valor cedido para quem quitar as parcelas dos empréstimos em dia. O bom pagador terá esse percentual depositado em uma poupança, que irá render até o fim do prazo de financiamento. "Assim, se você fizer um empréstimo de R$ 1 mil e pagar em dia, o Estado dará R$ 100 de retorno, como incentivo e forma de garantir o mínimo de reserva para o empreendedor, para que ele aos poucos não precise mais pedir empréstimos", explicou Camilo.

Formas de acesso aos empréstimos do programa Ceará Credi

Os interessados poderão solicitar as linhas de crédito de forma individual, fornecendo garantia ou aval de um avalista ou de forma coletiva, na qual os próprios empreendedores atuam como avalistas e segurados dos empreendimentos uns dos outros. Com limite de quatro empreendedores por grupo, a ideia é que os rendimentos individuais de cada negócio possa servir como aporte de seguro para os demais integrantes do grupo. Nessa metodologia, a produção e os rendimentos são de responsabilidade individual.

Estará disponível ainda a solicitação de crédito por meio de grupo produtivo solidário, na qual um conjunto de até quatro empreendedores atuam juntos em um único negócio. Nessa solicitação é estipulada uma cota mínima de produção como forma de assegurar a disponibilização do crédito.

Orientações sobre empreendedorismo e gestão financeira

O projeto prevê ainda o acompanhamento pelos agentes de crédito e realização de oficinas - obrigatórias para quem quiser solicitar os empréstimos para abrir um negócio e recomendadas para quem já possui um empreendimento. A estratégia busca garantir a rentabilidade do negócio e fornecer capacitação para que o empreendedor possa se tornar independente, não necessitando mais de empréstimos bancários.

Outra forma de garantir o retorno aos cofres públicos é o cruzamento de dados com plataformas cujas informações de beneficiários de programas assistenciais já estejam disponíveis e conferir assim quais seriam mais aptos a fazer uso dos créditos. As informações foram repassadas pelo presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Francisco Rabelo, ainda no dia 31 de março.

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