Novo serviço da Angola Cables oferece conexão internacional sem investimento em infraestrutura

A empresa revela que uma empresa brasileira já contratou o serviço. A perspectiva é de 100 clientes com GDI até o fim do ano

A multinacional Angola Cables, voltada para a venda de soluções para infraestruturas de data center, de conectividade e serviços Cloud, lança mundialmente nesta sexta-feira, 16, o serviço Global Data Centers Interconnection (GDI). Empresas que queiram ter presença internacional maior, mesmo sem qualquer estrutura própria em outras partes do mundo, como Europa, África e Estados Unidos, poderão buscar o serviço para se utilizar de um dos 20 data centers parceiros ou próprios da Angola Cables para o tráfego de dados.

“É um produto que vem facilitar a vida de todas as outras empresas. (Todas) que queiram ter uma presença mais global, que estão no Brasil, mas querem se ligar à Europa, Estados Unidos”, exemplificou o CEO global da Angola Cables, Ângelo Gama, em entrevista exclusiva ao O POVO a partir de Luanda, Angola.

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Para Gama, o GDI passa também a ser uma possibilidade de maior conectividade a pequenas empresas e ao mercado de startups. “A minha estimativa, sobre este negócio, é que ele vem atender um gap, uma necessidade que existe no mercado, das pequenas empresas globais, mas que não têm capital para fazer (uma conexão direta com outros mercados). Não é barato alugar espaço em data centers como os que nós temos. (O serviço) Não está direcionado, mas podemos redirecionar para o mercado de startups.”

O que o serviço vem oferecer é a possibilidade de variadas empresas chegarem a outras partes do mundo sem ter de bancar por uma infraestrutura própria, e sim usar da base de conexões que a Angola Cables já detém. Junto a isso ainda poder contar com uma espécie de consultoria da multinacional para fazer as melhores escolhas entre datacenters e provedores. “Já sabemos quem são os principais players”, frisa o presidente da multinacional.

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“A vantagem do nosso produto é podermos virtualizar a rede de uma startup, de uma pequena empresa, que não tem muito dinheiro em sua fase inicial de vida, para ter uma abrangência global e negociar diretamente como se estivesse nesses pontos do mundo.” Em seu desenvolvimento, o GDI foi pensado mais para provedores de conteúdo, instituições financeiras, redes de pesquisa, carriers, CSPs, OTTs, ISPs e redes científicas.

A aposta ainda da multinacional é que o portfólio da marca com outros produtos/serviços, como a conectividade, colocation e ICT, podem ser facilmente combinados com o Global Data Center Interconnection para uma solução prática de ser aplicada. Gama defende que é um verdadeiro “One Stop Shop”, um serviço que oferece a partir de um só ponto, de um só contrato, acesso a variadas soluções.

Quanto ao custo para contratar o novo serviço, a empresa informa que o valor varia de acordo a quantidade de data centers a que se quer ter acesso e pelo tamanho da banda larga que se vai querer. Até agora, Gama revela que uma empresa brasileira já contratou o serviço, mas que ainda não podia revelar o nome. A perspectiva é de 100 clientes com a contratação do GDI até o fim do ano.

Perspectivas para Brasil e Ceará

Desde o começo do ano, a Angola Cables aumentou em mais de 100% o volume de tráfego no Brasil, chegando em março a 1,2 terabits. “Agora devemos chegar a fechar este mês (abril) em 1,4 terabits. Quiçá chegando ao final do ano com 2 terabits. As nossas expectativas de negócios no Brasil são muito boas ”, revela Gama.

Para o executivo, o Brasil vive um momento digital muito importante e grande, com a digitalização dos serviços e mais home office. “A necessidade de internet no Brasil é muito intensa. Não é à toa que é o quarto do mundo em consumo de internet.”

Para o Ceará, a avaliação de Gama é de grandes avanços. “Nos próximos anos chegarão ainda mais cabos ao Ceará. A posição geoestratégica que o Estado tem no mundo fez do Ceará um dos maiores pontos de interligação de cabos marítimos. Apostar no Ceará nesse momento é uma aposta quase que garantida.”

Segundo projeções da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o consumo de dados no Ceará vai sair de 24,73 milhões de megabits por segundo em 2021 para 65,4 milhões de megabits por segundo em 2025.

Em Fortaleza, a Angola Cables possui um Data Center instalado na Praia do Futuro, o AngoNAP Fortaleza, e ainda opera o cabo South Atlantic Cable System (SACS), que interliga América do Sul e África, a partir de conexão entre Angola e o Ceará. Os outros dois sistemas de cabos da empresa são o Monet (ligação entre Estados Unidos e o Brasil, por São Paulo) e WACS (que conecta África e Europa).

Entre as empresas disponíveis na rede da Angola Cables estão Rede Globo, Facebook, Netflix, Microsoft, Amazon e Google.

Veja os data centers elegíveis da Angola Cables:

Brasil - AngoNAP Fortaleza, Ascenty Fortaleza 1, Ascenty São Paulo 1, Ascenty São Paulo 2, Ascenty São Paulo 3, Equinix São Paulo SP2, Equinix São Paulo SP3, Equinix São Paulo SP4 e Equinix Rio de Janeiro RJ2;

África - AngoNAP Luanda, Medallion Lagos, PAIX Accra, Teraco Cape Town e Teraco Johannesburg;

EUA - Equinix Miami MI1, Equinix Miami MI3 e Digital Realty New York NYC1;

Europa - Equinix Lisbon LS1, Equinix Madrid MD2, Interxion Frankfurt FRA1-15, Interxion Marseille MRS1-3 e Interxion London LON1-3.

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