Festa de erês: como a umbanda celebra Cosme e Damião?

Se na tradição católica o dia 27 de setembro celebra os irmãos Cosme e Damião, o sincretismo religioso no Brasil encontra outras formas de representar a data. Entre elas, a umbanda homenageia os erês, relacionados ao universo infantil.

“A festa de erê é um momento que mexe com toda a casa, assim como todas as outras festas. Mas essa tem um quê de especial porque existe uma alegria contagiante”, explica o estudante Matheus da Costa, umbandista.

Durante as celebrações, é comum a oferta de doces — “tanto entregar (os doces) para as pessoas, mas também fazer um altarzinho”, diz da Costa. Na ocasião, a figura do erê costuma apresentar trejeitos infantis e se relaciona com a origem de sua palavra no iorubá, “brincadeira”.

Os pontos cantados, cantigas ritmadas comuns à tradição da umbanda, são utilizados para chamar os erês na data. “Cosme e Damião, cadê Doun? Cosme e Damião, vem comer o seu caruru”, cantarola Matheus ao apresentar alguns pontos universais.

O caruru, prato de origem africana e indígena, é uma das comidas escolhidas para as oferendas. Os ingredientes utilizados na receita incluem quiabo, camarão, amendoim, entre outros.

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Festa de erês: celebração da data na umbanda

“Ao redor ficam vários presentes para o erê-chefe da casa, que geralmente é o erê do pai de santo. Ou então são feitas as sacolas dos erês”, comenta Matheus sobre o processo de comemoração.

Dentro das sacolas, é possível encontrar vários tipos de doces, como bombons, pirulitos e biscoitos, além de alguns brinquedos. “Os erês vão lá (no altar), pegam as sacolas, o respectivo médium e a sua sacola, e saem distribuindo por toda a festa”, completa o umbandista.

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