Seduc elabora plano emergencial para gerir crises em escolas após ataque em Sobral

Pasta vai atuar com órgãos como o Ministério Público do Estado (MPCE). A escola Professor Luis Felipe segue com aulas suspensas

21:32 | Set. 26, 2025

Por: Gabriela Almeida
Na ocasião, cinco alunos da Escola de Ensino Médio (EEM) Professor Luis Felipe, em Sobral, foram atingidos (foto: O POVO)

A Secretaria de Educação do Ceará (Seduc), prepara um plano emergencial de gestão de crises no ambiente escolar após um ataque a tiros deixar dois alunos mortos e três feridos em uma escola estadual de Sobral, nessa quinta-feira, 25. Pasta vai atuar com órgãos como o Ministério Público do Estado (MPCE).

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Crime aconteceu no período da manhã, durante o horário de intervalo da escola Professor Luis Felipe. Na ocasião, dois indivíduos atiraram contra jovens que estavam no estacionamento da unidade. Os alunos Victor Guilherme Sousa de Aguiar, 16, e Luiz Cláudio Sousa Oliveira Filho, 17, morreram na hora.

Outros três estudantes foram lesionados no abdômen, na coxa e na panturrilha, e levados para a Santa Casa de Misericórdia do município. Dois receberam alta hospitalar ainda durante a tarde de ontem.

Logo depois do crime as aulas na escola Professor Luis Felipe foram temporariamente suspensas. De acordo com a Secretaria da Educação (Seduc), a medida foi adotada "para a realização dos devidos procedimentos de reorganização interna e garantia de acolhimento psicossocial" ao corpo escolar.

"O retorno das atividades será conduzido de forma gradual, em diálogo constante com a comunidade escolar, priorizando o cuidado, a segurança e o bem-estar coletivo (...) No retorno dos estudantes serão promovidos momentos de acolhimento conduzidos por psicólogos, assistentes sociais e professores diretores de turma, assegurando apoio emocional, segurança e escuta qualificada", destaca pasta.

Em nota encaminhada nesta sexta-feira, 26, ao O POVO, a secretaria diz que desenvolve, em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e diversas outras entidades, um plano de ação para garantir a proteção e o bem-estar dos estudantes e profissionais da escola, a retomada das aulas e o apoio integral às vítimas, às famílias e a toda a comunidade escolar, frisando que acompanha de perto os alunos feridos.

"Esse plano também abrangerá a rede de escolas no que se refere à gestão de crises no ambiente escolar, prevenção de violência e fortalecimento da cultura de paz nas unidades de ensino", pontua.

MPCE acompanha elaboração do projeto

O Ministério Público do Estado (MPCE) deve acompanhar elaboração do projeto. Em nota publicada em seu site, entidade informou que a proposta da iniciativa "é definir ações de curto, médio e longo prazo para garantir a permanência dos estudantes nas escolas com segurança".

Segundo órgão ministerial, entre as primeiras medidas que devem ser tomadas estão "o trabalho intersetorial para a construção do plano". O MPCE deve entrar com ações de acolhimento e, numa fase posterior, com a implementação de estratégias para o retorno das aulas de forma segura.

“Participamos dessa força tarefa para apoiar a articulação interinstitucional e garantir que as medidas urgentes e a médio prazo sejam efetivadas. As crianças e adolescentes têm direito a um ambiente escolar seguro e tranquilo”, diz o promotor de justiça Jonas Mehl, titular da 8ª Promotoria de Justiça de Sobral.