Perícia aponta divergência entre arma de PMs e estojo apreendido na Chacina de Quiterianópolis

Suposta manipulação do material, que ficou sob custódia da Polícia Militar, também é apontada pela perícia no novo laudo

Após solicitação de uma contraprova pela defesa dos réus da Chacina de Quiterianópolis, que deixou cinco mortos em outubro de 2020, no Ceará, a participação de policiais militares no crime ficou em dúvida. O novo laudo realizado pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce) aponta uma divergência entre o fuzil apreendido com os réus e um estojo localizado no local do crime. No entanto, a Pefoce também destacou a possibilidade da manipulação do material que ficou em custódia com a Polícia Militar do Ceará (PM-CE).

De acordo com o último laudo, realizado no dia 17 de novembro deste ano, mais de um ano após o crime, o estojo incriminado não teve sua espoleta percutida pelo “atual percussor” da arma, o fuzil de número de série RD 21580. No entanto, a perícia anterior havia concluído que “o estojo incriminado teve sua espoleta percutida pelo percussor da arma de fogo 01, fuzil número de série RD 21580”.

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A perícia aponta a possibilidade de manipulação do fuzil. A arma de número de série RD 21580, após ser submetida ao primeiro exame pericial, voltou para o uso da Polícia Militar, passando, conforme as escalas de trabalho, pela guarda e utilização de múltiplos agentes de segurança.

Conforme o documento da Pefoce, “a arma apresentada para produção pericial não mais apresentava a etiqueta do lacre de sua remessa ao setor de Perícia do Estado, até mesmo o cano da arma apresentava obstrução por material arenoso”.

Ainda segundo a perícia, "as peças internas da referida arma, em especial o extrator, ejetor, percussor e culatra do mecanismo de disparo e extração não possuem numeração que as individualizem, portanto, são completamente intercambiáveis com outras armas do mesmo modelo e somente a cadeia de custódia poderia garantir a integridade completa da arma". 

A arma de fogo esteve na posse da Polícia Militar do Ceará entre 1º de fevereiro e 26 de agosto deste ano, quando retornou à Perícia Forense do Ceará para a realização da contraprova, que ocorreu com a presença de peritos, advogados de defesa e um representante do Ministério Público do Ceará (MPCE).

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