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Asteroide de grande magnitude que caiu em Baturité é fenômeno raro, mas não causa perigo

No Brasil, só esse ano, é a terceira vez que meteoros entram na atmosfera terrestre. O de Baturité, no entanto, ganha destaque pela sua intensidade
14:48 | Out. 12, 2020
Autor Redação O POVO
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Tipo Notícia

Conhecido como "estrela cadente", o asteroide que caiu na região do Maciço de Baturité no último sábado, 10, ganhou destaque pela sua intensidade. O fragmento espacial causou grande estrondo quando entrou na atmosfera terrestre, além de brilho mais intenso. Ele foi visto claramente durante o dia e especialistas ainda investigam seu percurso. Apesar de ser um fenômeno comum, esse tipo de asteroide com maior magnitude é mais raro no Brasil. No País, três ocorrências como essa foram vistas este ano: no Rio Grande do Sul, em Pernambuco e agora no Ceará.

As informações são do astrônomo Lauriston Trindade, que integra o Brazilian Meteor Observation Network (Bramon - Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros). Ele deu entrevista à rádio O POVO/CBN na manhã desta segunda, 12. "Esse tipo de ocorrência assusta muitas pessoas, principalmente por conta do estrondo: esse 'bum sônico'. Essa rocha espacial atinge a velocidade do som e gera esse barulho, mas não causa perigo ou problemas", explicou o especialista. Segundo Trindade, apesar da emoção do momento, o melhor procedimento é tentar manter a calma e contatar órgãos especializados ou até mesmo a imprensa local.

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Muitas histórias surgem paralelamente quando uma ocorrência como essa é registrada. Nesse caso de Baturité, houve até relatos de que era o fim do mundo. Também na rádio O POVO/CBN, a moradora Maria Beata, do município de Itapiúna (distante 109,6 quilômetros de Fortaleza), relatou que viu o asteroide passando no céu ainda cedo da manhã, quando tomava café. "Era uma 'tochona' de fogo. Ficou fumaça no céu. Com um pouco de tempo, nós ouvimos o estrondo", conta. Um funcionário público da cidade de Mulungu (105,7 km da Capital), identificado como Josué, também compartilhou seu relato na rádio: "O eco foi muito grande, estremeceu até o chão. Tomei um susto, pensei que tinha sido uma bomba, uma placa tectônica se desmanchando".

Mas Lauriston explica que objetos como esse explodem muito longe de telhados, a cerca de 20 ou 22 km de altitude. "Então, é só a questão do susto que causa. O que a gente pede é que se alguém avistar um meteoro, entra em contato com a imprensa, postem seus relatos, entrem em contato com a Branon", reforça. Ainda assim, há relatos de que meteoritos caídos esse ano atingiram telhados de residências, como no caso de Pernambuco, em agosto. "É uma ocorrência que pode surgir, mas não temos relato no Brasil de meteorito atingindo pessoas. Teria que ser uma coincidência muito grande", pondera Trindade.

Ainda conforme o astrônomo, guardar resquício do objeto não é perigoso, pois não há radioatividade ou qualquer tipo de toxicidade. O que ele pede é que as pessoas também enviem esses fragmentos para as universidades próximas, onde eles serão analisados e identificados por especialistas. Aqui no estado, tanto a Universidade Federal do Ceará (UFC) quanto a Universidade Estadual do Ceará (UECE) possuem laboratórios especializados.

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