Jovem realiza sonho de tocar bateria durante internação em hospital de Sobral
O jovem de 18 anos em tratamento de uma doença rara realizou seu sonho após criação de "prontuário afetivo" que identifica gostos pessoais de pacientes
O paciente Weverson Rodrigues Portela realizou o sonho de tocar bateria mesmo internado no Hospital Regional Norte (HRN) em Sobral, onde está há cerca de 60 dias.
Após um quadro agravado de obstrução intestinal, o jovem, que convive com paralisia espástica hereditária, se apresentou no corredor do hospital na última quarta-feira, 3. A iniciativa faz parte do “prontuário afetivo”, que visa humanizar o ambiente de internação.
O jovem de 18 anos é da cidade de Graça, a 75 km de Sobral, e enfrenta uma doença genética rara que diminuí a mobilidade das pernas. Apesar de estar hospitalizado há mais de 2 meses e com crises de ansiedade, o pai, João Batista Rodrigues Portela, afirma que a música ajudou o filho no tratamento.
“Esse momento foi muito importante, porque ele precisa de alegria também. Ele sempre gostou de música e ficou muito feliz em tocar”.
Weverson esteve por um mês na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e segue em tratamento na Unidade de Cuidados Especiais (UCE).
O sonho de tocar bateria foi registrado no prontuário afetivo desenvolvido pelo hospital, em que pacientes internados por longo período compartilham experiências, personalidade e gostos pessoais.
No caso de Weverson, a equipe do hospital contou com a ajuda de voluntários para levar o instrumento até a unidade.
A coordenadora de Psicologia do HRN, Thallynne Rosendo, afirma que a iniciativa ajuda a fortalecer o paciente em meio aos tratamentos e melhorar o vínculo entre familiares, pacientes e profissionais na saúde.
“O prontuário afetivo fortalece a construção dos vínculos e atua na subjetividade do paciente, resgatando a sua história para que ele seja percebido como um sujeito”, conclui.
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Além disso, as atividades propostas pelo próprio paciente podem auxiliar no tratamento com maior estimulação cognitiva e familiarização com o ambiente hospitalar. A coordenadora comenta que comemoração de aniversário, decoração de leitos, música, apelidos e passatempos favoritos são estratégias de humanização do paciente e uma forma de passar segurança para familiares e acompanhantes.