Dia Nacional da Hipertensão: combate à doença envolve trabalho conjunto e multidisciplinar

No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, o CIDH promoveu ações educativas para os pacientes e acompanhantes

Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, celebrado anualmente no dia 26 de abril, foi instituído para conscientizar a população sobre os cuidados necessários para combater e controlar a doença. Nesta semana, o Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão (CIDH), localizado no bairro Aldeota, em Fortaleza, e que atende pessoas de todo o Estado, promoveu atividades educativas voltadas para os pacientes e acompanhantes no local.

As ações tiveram início nessa quarta-feira, 24, e seguiram até esta sexta, 26. A iniciativa foi realizada por profissionais do Centro, que informaram detalhes sobre a doença e o tratamento, realizaram exercícios para a promoção da saúde cardiovascular e explicaram sobre o impacto de alimentos com alto nível de sal.

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A hipertensão, popularmente conhecida como pressão alta, é caracterizada pelo nível elevado de pressão nos vasos sanguíneos e pode atingir pessoas de qualquer faixa etária. A doença pode afetar órgãos e causar outras complicações, como infarto, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e problemas renais.

A Pesquisa Vigitel 2023, realizada pelo Ministério da Saúde, apontou que, em Fortaleza, 24,8% da população adulta apresenta diagnóstico médico de hipertensão arterial.

De acordo com a enfermeira do CIDH, Deysen Girão, especialista em Enfermagem Cardiovascular, a doença não tem cura, porém, com o tratamento adequado, é possível que o paciente tenha uma boa qualidade de vida

“É uma doença que precisa de controle, está dentro das doenças crônicas. Ainda não tem uma cura quando diagnosticada, mas, tomando as medidas devidas, como uso regulado de medicamentos e a adesão à atividade física e alimentação saudável, é possível um bom controle, de forma que a doença possa não afetar a saúde e a qualidade de vida”, apontou.

Apesar de algumas pessoas sentirem sintomas relacionados à doença, como mal estar e cefaleia, a hipertensão é uma doença considerada silenciosa. Por isso, é importante que o paciente realize o acompanhamento médico regular e faça a aferição da pressão arterial, um dos principais pontos levantados pela a campanha do CIDH.

“Cerca de 80% das pessoas não têm sintoma algum. O que se faz necessário é a ida regular ao profissional de saúde e que essa ida seja acompanhada da medida da pressão arterial. Cada vez que o paciente vai a uma consulta, a gente necessita fazer essa avaliação para diagnosticar precocemente esses casos que não têm sintoma algum”, explicou Deysen.

Quem estava medindo a pressão no local era Maria de Fátima, de 59 anos, que teve o diagnóstico de hipertensão há quatro anos. Ela conta que, após se descobrir hipertensa, realizou mudanças no estilo de vida, diminuindo o consumo de alguns alimentos e passou a praticar caminhada.

Ela estava no Centro, nesta sexta-feira, 26, com Maria de Lurdes, de 79 anos, que também é hipertensa. Maria de Lurdes afirmou que faz acompanhamento e conta com o aparelho para medir a pressão em casa. A idosa relatou que diminuiu o consumo de sal e fazia sessões de fisioterapia, porém, precisou interromper após cirurgia de cateterismo.

A enfermeira Deysen Girão considera importante a automedida da pressão arterial. Durante a ação voltada para o Dia Nacional da Hipertensão, o Centro também ofereceu dicas para que os pacientes realizem o procedimento em casa. 

“É útil para os pacientes que não têm o diagnóstico, para tentar rastreá-la precocemente; mas também é útil para aqueles que já têm o diagnóstico, para que nós possamos estar fazendo os ajustes no tratamento”, completou a profissional. 

Hipertensão: tratamento e alimentação

 

O tratamento da pressão alta envolve o uso regular de medicamentos, também chamados de anti-hipertensivos, além de estratégias de vida saudável, como alimentação saudável e a prática regular de exercícios físicos.

“O controle do estresse, uma boa qualidade do sono e repouso também são fatores que ajudam. Alimentação saudável também, principalmente no controle do nível de sal. Uma das estratégias envolve o controle dos processados, que são os alimentos industrializados que contém na composição, na grande maioria das vezes, um alto teor de sal. A gente deve consumir esses alimentos com moderação, com bastante restrição”, destacou Deysen.

No local, a especialista também ofereceu estratégias para diminuir o nível de sal, como o uso de sal temperado. O produto foi distribuído no local e contava com sal grosso, alecrim, manjericão, tomilho e orégano.

“Uma das estratégias para tentar reduzir o sal é a adição de temperos. Hoje, nós estamos distribuindo umas amostras de um sal temperado [...] Com o uso de temperos, a gente consegue reduzir a quantidade de sal que é necessário para deixar o alimento mais saboroso. A gente vai comer bem, sentindo um sabor agradável, mas com um teor reduzido de sal”, disse.

A profissional ainda afirmou que o trabalho realizado no Centro leva em conta a educação alimentar para que os pacientes possam fazer melhores escolhas.

“Nenhum alimento a gente pode dizer para ‘cortar de vez’, porque eles fazem parte da nossa cultura, do nosso estilo de vida. O que nós podemos dizer é que são alimentos em alerta, que não podem estar na base alimentar, na rotina dos pacientes hipertensos. Devem ser consumidos com muita moderação e muita restrição por serem ricos em sal e afetarem o tratamento e o controle da pressão arterial”, completou.

Moacir Holanda, de 69 anos, descobriu que tinha hipertensão após exames. O aposentado e artista plástico contou que entrou em uma dieta para diminuir o excesso de sal e também faz uso de medicamentos para pressão alta. Além de medir a pressão em casa, o idoso afirmou que conta com o aparelho para medir a glicemia, pois também tem diabetes.

Trabalho conjunto e multidisciplinar

Durante os três dias da ação, o CIDH ofereceu a avaliação da pressão e da glicemia para os acompanhantes dos pacientes. 

“A gente foca muitas vezes naqueles que já tem a doença e aquela pessoa que traz o paciente para a unidade, que está ali ajudando, que está fazendo parte desse cuidado, trazendo para as consultas, não é vista”, enfatizou a enfermeira Deysen Girão.

A partir disso, a profissional apontou que, além de multiprofissional, com médicos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas, o trabalho de combate à hipertensão envolve toda a sociedade: “Não tem como trabalhar a hipertensão sem envolver a família e a sociedade como um todo”.

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