Preso suspeito de estuprar virtualmente crianças cearenses fingia ser mulher

Após conquistar as vítimas, que tinham entre 10 e 12 anos, homem obtia material pornográfico delas e as chantageava para produzir cada vez mais fotos e vídeos

O carioca preso por estuprar virtualmente crianças cearenses fingiu ser uma mulher para praticar os crimes. A informação foi repassada pelo delegado Victor Mesquita, chefe do Núcleo Regional de Repressão aos Crimes Cibernéticos, da Polícia Federal (PF), responsável pela operação Arraial de Horrores, que cumpriu mandado de prisão preventiva contra o suspeito na manhã desta quinta-feira, 3.

A PF não divulgou o nome do suspeito, mas O POVO apurou que se trata de Yuri da Silva Roque, de 25 anos. Conforme Mesquita, o modus operandi do suspeito era encontrar as vítimas por meio das redes sociais e, a partir disso, passar a conversar com elas em aplicativos de trocas de mensagens.

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Após conquistar a confiança das vítimas, ele mandava fotos eróticas de mulheres como se fossem elas que estivessem enviando-as. Em seguida, era pedido que as vítimas retribuíssem com fotos suas. Quando faziam isso, as crianças passavam a ser chantageadas.

Conforme a PF, o suspeito “adotava postura agressiva exigindo cada vez mais fotos, vídeos, colocando as crianças em situações degradantes”. “Agora, tenho fotos suas, se não fizer o que estou mandando vou enviá-las para os seus pais”, exemplifica o delegado.

As vítimas cearenses tinham entre 10 e 12 anos, mas o delegado acredita que mais crianças no País podem ter sido vítimas. As investigações tiveram início em 2022, a partir de denúncias que apontavam indícios dos crimes. Em depoimento, o suspeito disse que praticava o crime para saciar a própria lascívia, não havendo indícios, até o momento, de que ele vendia o material.

Yuri foi preso no município fluminense de Arraial do Cabo. A PF também cumpria mandados de busca e apreensão contra Yuri, o que levou à prisão também em flagrante do alvo por posse de pornografia infantil.

O delegado Victor Mesquita disse não ter como constatar que o material foi produzido por ele, mas a possibilidade é investigada, pois se assemelhava ao que ele fazia. A PF também apreendeu celulares, documentos e outras mídias que deverão instruir o inquérito policial e detalhar a atuação do suspeito.

As tipificações penais que pesam contra ele são: produzir cena de sexo envolvendo criança ou adolescente (artigo 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente — ECA); transmitir, fotografia, vídeo ou outro registro de pornografia infantil (artigo 241-A do ECA); possuir pornografia infantil (artigo 241-B do ECA); e estupro de vulnerável (artigo 217-A do Código Penal).

Victor Mesquita explica que o artigo 217-A prevê como crime a “conjunção carnal” ou prática de “ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos”, situação que também pode se dar através da internet — o chamado estupro virtual.

O delegado reforça que os pais devem estar atentos ao que seus filhos fazem na internet. Ambientes como chats de jogos online, exemplifica Mesquita, merecem atenção redobrada, uma vez que são frequentados, majoritariamente, por crianças e adolescentes, atraindo abusadores, que podem se passar também por menores.

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