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Com chuvas de janeiro, Barragem do Batalhão é o primeiro açude do Ceará a sangrar em 2022

O açude Germinal, em Palmácia, também está próximo de atingir sua capacidade máxima, segundo dados da Cogerh

Após as chuvas de pré-estação registradas desde o começo de janeiro, a Barragem do Batalhão, em Crateús, se tornou o primeiro açude do Ceará a sangrar em 2022. Segundo dados do Portal Hidrológico, gerenciado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), a água do reservatório começou a verter ainda no último dia 8. Desde então, o aporte hídrico se mantém acima de 100%, volume quase cinco vezes maior do que o índice registrado em 31 de dezembro do ano passado (22,15%).

A cheia do maior reservatório dos Sertões de Crateús é resultado dos altos índices de pluviometria registrados na região desde a virada para 2022. Números da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) apontam que a área já acumula mais 103 milímetros de chuva, considerando os primeiros 13 dias deste ano. O volume é mais que o triplo do daquele registrado durante todo o mês de janeiro de 2021 (27 mm) e já supera a normal climatológica prevista para o período (93 mm).

Segundo a Cogerh, o Batalhão é o único reservatório do Estado com águas acima da sua capacidade. O próximo a atingir situação de transbordo deve ser açude Germinal, em Palmácia, que nesta quinta-feira, 13, chegou a 94% de sua cota máxima. No começo do mês, em 1º de janeiro, o nível era de pouco mais de 77%. Afluente do rio Pacoti, que tem sua nascente na Serra do Baturité, o reservatório suporta armazenamento de até 2,1 mil metros cúbicos (m3). No ano passado, o açude havia sangrado em meados de março e permaneceu com 100% do volume até 8 de agosto.

Embora os primeiros dias de 2022 tenham sido marcados por chuvas em praticamente todos os municípios cearenses, o painel da Cogerh aponta que o Batalhão e o Germinal são pontos fora da curva entre os demais reservatórios monitorados pela companhia. Os outros 73 açudes monitorados encontram-se com volume abaixo de 30%, todos classificados em nível de alerta para escassez hídrica. Entre eles, há quatro completamente secos, com 0,0% de aporte: o Forquilha II, em Tauá, açude do Cedro, em Quixadá, o Pirabibu, em Quixeramobim, e o Trapiá II, em Pedra Branca.

Das 12 bacias hidrográficas do Estado, apenas três estão com níveis acima de 50%: Acaraú (60%), Coreaú (64%) e Litoral (58%). A situação mais crítica é na bacia do Banabuiú, com 19 reservatórios, que tem volume médio de apenas 6,95%. No cálculo geral, que inclui todos os reservatórios do Estado, a carga hídrica é de 21,1%, um pouco maior do que o volume de 20% registrado na primeira semana de janeiro.

Aporte hídrico no Ceará por bacia hidrográfica:

Acaraú: 60,31%

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Alto jaguaribe: 26,93%

Baixo Jaguaribe: 17,67%

Banabuiú: 6,95%

Coreaú: 64,66%

Curu: 12,04%

Litoral: 58,20%

Médio Jaguaribe: 8,72%

Metropolitana: 38,53%

Salgado: 36,69%

Serra da Ibiapaba: 44,44%

Sertão de Crateús: 20,77%

Castanhão 

Maior reservatório do Estado, o Castanhão ainda não sentiu os efeitos positivos das chuvas de pré-estação. Com capacidade para armazenar até 973 mil metros cúbicos (m³) de água, o volume hídrico atual do açude é de apenas 8,40%. Em relação ao último dia de 2021, houve uma leve oscilação, já que o índice estava em 8,15%.

Embora nos números ainda não tenha havido mudanças significativas, a olho nu já é possível identificar aumento no aporte de águas do reservatório. Em vídeo publicado na última segunda-feira, 10, o médico e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Manoel Odorico de Moraes, mostrou a chegada das primeiras águas ao açude. O aporte, segundo ele, é proveniente do rio Salgado, principal afluente do rio Jaguaribe, que desemboca suas águas no Castanhão.

Chuvas

De acordo com o painel das chuvas, gerenciado pela Funceme, o volume de precipitações registrado no Ceará até esta quinta-feira, dia 13, já é maior do que o acumulado de todo o mês de janeiro de 2021. Até o momento, a média de pluviometria dos 184 municípios do Estado é de 88,1 mm, quase o dobro dos 45,9 mm verificados no intervalo mensal do ano anterior. Como ainda faltam mais de quinze dias para o mês acabar, a expectativa é que o volume de chuvas cresça ainda mais e ultrapasse a normal climatológica prevista para o período (98,7 mm).

Das oito macrorregiões monitoradas pela Funceme, o Maciço do Baturité foi a que teve um começo de ano mais chuvoso no Ceará, com média de 147 mm. Em segundo lugar, aparece o Cariri, com 135 mm, seguido do Litoral de Fortaleza, com 131 mm. Ibiapaba (89 mm), Litoral do Pecém (88 mm), Sertão Central e Inhamuns (77%), Jaguaribana (74 mm) e o Litoral Norte (72 mm) completam a lista. Em todas, o volume de chuva acumulado até agora já é bem maior do janeiro de 2021.

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