Centro Estadual de Referência LGBT+: saiba como receber atendimento

Luta pelo funcionamento do Centro foi enfatizada durante inauguração do equipamento

Centro Estadual de Referência LGBT+ Thina Rodrigues, que foi inaugurado oficialmente nesta segunda-feira, 13, já atende a população desde outubro. Tanto moradores de Fortaleza quanto do Interior do Ceará podem solicitar atendimento especializado no local. Os atendimentos são feitos de forma presencial e virtual.

“Nós estamos preparadas para fazer todo o serviço de acolhimento de assistência social, psicologia social, assessoria jurídica, orientações para a empregabilidade e além de outras demandas que são muito requisitadas pela população”, disse ao O POVO a coordenadora do Centro, Silvia Cavalleire.

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Segundo ela, o principal atendimento realizado é a orientação para a retificação de nome e gênero em documentos de pessoas transexuais. Além disso, Silvia explica que o equipamento está disponível para ajudar aqueles que sofreram algum tipo de LGBTfobia, atos de preconceito contra pessoas LGBT.

“As pessoas vêm acreditando que nós temos uma atribuição equivalente a de delegacia, quando na verdade nós não temos. Nós podemos orientar, direcionar a pessoa para quais órgãos ela deve reclamar. E nós também podemos intermediar esse diálogo com as delegacias para evitar a revitimização das pessoas LGBT+ quando querem denunciar”, afirmou.

O Centro é ligado à Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS) e homenageia a travesti Thina Rodrigues, ativista pelos direitos dos LGBTs no Ceará que morreu por complicações da Covid-19 em 2020.

Como conseguir atendimento

O Centro Estadual de Referência LGBT+ Thina Rodrigues funciona na Rua Valdetário Mota, nº 970, no bairro Papicu, em Fortaleza, de segunda à sexta, das 8 às 17 horas. Segundo Silvia, qualquer pessoa LGBT pode procurar o equipamento.

O contato também pode ser feito de forma virtual pelo telefone (85) 98993-3884 ou pelo e-mail cerlgbt@sps.ce.gov.br. Atendimentos virtuais por meio de chamada de vídeo são possíveis tanto devido a pandemia quanto para atender demandas de pessoas do Interior que precisem de alguma orientação.

Silvia ressaltou ainda que o Centro tem equipe 100% formada por profissionais LGBTs. Dois psicólogos, dois assistentes sociais, uma advogada e três membros da administração do equipamento fazem parte da sigla. “Nossa equipe é inteiramente composta por profissionais LGBT+ e portanto terão toda a linha de atenção no cuidado integral de cada pessoa usuária”.

Movimento social pede busca ativa de pessoas LGBTs em situação vulnerável

Para Andrea Rossati, presidenta da Associação de Travestis e Mulheres Transexuais do Estado do Ceará (Atrac), o Centro “há muito tempo já deveria estar funcionando”, devido à urgência da demanda de pessoas LGBTs. Andrea afirma ainda que, além do atendimento no local, a busca ativa de lésbicas, gays, bissexuais e pessoas trans e travestis deve acontecer.

“Esse centro de referência tem que ter a responsabilidade e a coragem de fazer o trabalho de busca ativa, ele não pode esperar que a população LGBT venha até ele. É o Estado que tem que ir ao encontro das pessoas que estão passando por grandes vulnerabilidades sociais como a homofobia, lesbofobia e transfobia”, explica.

Andrea aproveitou a oportunidade para cobrar ainda políticas públicas mais eficazes para a população LGBT nos campos da saúde e da segurança pública. Na segurança, Andrea cobrou a criação de uma delegacia especializada para combate à discriminação, que é planejada pelo governo para 2022, segundo diretora do Departamento de Proteção a Grupos Vulneráveis, Arlete Gonçalves Silveira, também presente no evento.

A ativista também atentou para a necessidade de atendimento integral na rede de saúde pública. “Quando eu falo de um plano integral, não tô falando da entrega do preservativo, da testagem de HIV. Falo de todos os órgãos, todas as unidades da saúde, trabalhadores da saúde tenham tratamento humanizado para a população LGBT, em especial para travestis e transexuais, e isso nós não temos”, completa Andrea Rossati.

Conselho de Combate à Discriminação LGBT deve ser empossado ainda em 2021

O processo de eleição de membros para o Conselho Estadual de Combate à Discriminação LGBT, criado em janeiro de 2021, foi finalizado nessa sexta-feira, 10. De acordo com Lia Gomes, secretária-executiva de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos da SPS, até o dia 31 de dezembro os membros devem tomar posse para iniciar os trabalhos do Conselho.

O colegiado é uma demanda do movimento social LGBT do Estado e deve agir na fiscalização e monitoramento de políticas públicas voltadas para a população LGBT no Ceará, podendo também sugerir ações.

A operação tem também o objetivo de educar o cidadão fortalezense. No lançamento da campanha, serão realizadas, em cruzamentos de ruas e avenidas de grande circulação, abordagens educativas, apresentações lúdicas, exposições sobre as medidas de prevenção do Aedes aegypti e blitz educativas.

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