Saiba por que o Ceará registrou frio e chuvas nos últimos dias; em Guaramiranga fez 15ºC

O cenário atual de precipitações se dá pela influência de áreas de instabilidade que se formaram sobre o oceano Atlântico. Já o clima friozinho é resultado da diminuição de nuvens, que propicia o aumento da amplitude térmica

Os cearenses ficaram apenas no desejo quando uma frente fria tomou conta das regiões Sul e Sudeste no começo da semana. Entretanto, nos últimos três dias, algumas cidades cearenses registraram temperaturas mais baixas e chuvas. Em Barbalha, na região do Cariri, chegou a fazer 12.7°C na terça-feira, 29, e a cidade segue entre os municípios com as menores temperaturas no Ceará, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

As mínimas são registradas nas primeiras horas da manhã, de acordo com o Climatempo. Nesta sexta-feira, 2, Guaramiranga (15°C) amanheceu como a cidade mas fria do Ceará, seguida de Guaraciaba do Norte (16°C), Caririaçu (17°C), Pacoti (17°C) e Araripe (18°C).

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Na data, além das temperaturas menores, o Estado também teve o registro de chuva em 115 municípios no intervalo entre as 7h de quinta, 1º, e as 7h desta sexta-feira, 2. De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), os maiores acumulados foram em Milhã (103 mm), seguida de Pedra Branca (102 mm), Porteiras (93,5 mm) e Lavras da Mangabeira (90 mm).

O mês de junho, primeiro do período de pós-estação, terminou com chuvas 56,6% abaixo da média. O normal climatológica é de 37,5 milímetros, enquanto o observado foi de 16,3 mm. Considerando o recorte por macrorregiões, todas apresentaram acumulados abaixo da normalidade, com exceção do Litoral Norte e da Ibiapaba, onde os desvios foram positivos com observados de 43,2 mm e 34 mm, respectivamente. Já era esperado poucas precipitações, mas de acordo com a Funceme, o valor foi ainda menor pela ausência de sistemas meteorológicos indutores de chuva.

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O que explica o frio e a chuva fora da estação?

 

O cenário atual de precipitações fora da estação chuvosa, entre fevereiro até meados de maio, se dá pela influência de áreas de instabilidade que se formaram sobre o oceano Atlântico, contribuindo para o desenvolvimento de nuvens altas, que são mais propícias às chuvas. “Julho iniciou com boas precipitações no Estado. As condições continuam favoráveis para a ocorrência de chuvas, mas as análises indicam que a intensidade das precipitações deve diminuir comparada a essas registradas”, explica Meiry Sakamoto, gerente de Meteorologia da Funceme.

Para o sábado, 3, são esperadas precipitações entre a madrugada e manhã sobre o Litoral do Pecém, Litoral de Fortaleza e Maciço de Baturité. Já entre tarde e noite, as chuvas devem ocorrer nas regiões da Jaguaribana e Cariri. O céu deve variar de parcialmente nublado a claro em todas as regiões.

Já o frio, especialmente cedo do dia, é resultado de uma combinação de fatores. Todo o Hemisfério Sul entrou no inverno no final de junho, com o equinócio. No Sul e no Sudeste, as temperaturas diminuíram também por uma frente fria. Entretanto, aqui no Ceará, as temperaturas mais baixas são causadas pela diminuição das chuvas que propiciam a redução de nuvens, contribuindo para uma perda da radiação do sol durante a noite. Assim, quando o dia amanhece, o ambiente está mais frio e vai esquentando ao longo do dia.

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O resultado, além do friozinho, especialmente nas regiões serranas, como mostram os dados, é uma amplitude térmica elevada. Na prática, isso significa que as diferenças entre as temperaturas máximas e mínimas tendem a ser discrepantes.

“Com a redução de nuvens, a perda radioativa se torna maior. Daí podemos ter manhãs com as temperaturas mais baixas e, ao mesmo tempo, as tardes de sol podem até ser mais quentes”, explica a gerente de meteorologia. Na segunda-feira, 28 de junho, no município de Barro, a amplitude térmica foi de 18ºC, com a mínima sendo 18ºC e a máxima, 36, 3ºC, como explica a Sakamoto.

Nas faixas litorâneas e nas regiões de serra, a nebulosidade sempre tende a ser um pouco maior e isso contribui para que a amplitude térmica não seja tão alta como observado em áreas do sertão, aponta ainda a gerente.

Frente fria

 

O Sul e o Sudeste do País enfrentam uma frente fria, com geada e temperaturas negativas, que começaram ainda no domingo, 27. Santa Catarina, ainda na semana, tinha registrado o dia mais frio do ano no Brasil, em Bom Jardim da Serra, onde fez -7,5ºC, às 7 horas, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

A frente fria vem avançando para o interior do País e, na quinta-feira, 1º, a menor temperatura do ano passou a ser -14,8ºC, segundo os medidores do Parque Nacional do Itatiaia, no Estado do Rio de Janeiro. Em outro ponto do parque, em que há um medidor do Inmet, o valor registrado foi de -9,9ºC.

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