Ceará: maio teve 58% da demanda pré-pandemia de transporte coletivo, aponta Sindiônibus

O sistema de transporte coletivo urbano da Capital arrecadou, em maio de 2021, R$ 12,5 milhões a menos que em fevereiro do ano passado. Posicionamento do Sindiônibus foi publicado em luz da greve anunciada pelos motoristas de ônibus nesta sexta

Em nota publicada nesta sexta-feira, 4, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) declarou que houve uma “redução drástica” no número de passageiros nos transportes coletivos urbano e metropolitano do Ceará, em razão da pandemia de Covid-19. Comparando dados de fevereiro de 2020 com maio deste ano, o órgão calculou que apenas 58% da demanda pré-pandemia foi transportada no mês passado, enquanto a oferta do serviço correspondeu a 77%.

Como consequência, o sistema de transporte coletivo urbano da Capital arrecadou, em maio de 2021, R$ 12,5 milhões a menos que em fevereiro do ano passado. “A manutenção de um nível de serviço melhor do que o existente antes da pandemia, contribuindo para redução de aglomerações e preservação de postos de trabalho, resultou em um prejuízo acumulado de difícil reparação”, disse o Sindicato. Recursos extratarifários anunciados pela Prefeitura da Capital e pelo governo estadual foram de “grande alívio ao setor, mas serão insuficientes para garantir o equilíbrio financeiro”.

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Posicionamento do Sindiônibus foi publicado em luz da greve anunciada pelos motoristas de ônibus nesta sexta. A paralisação terá início na próxima terça-feira, 8, buscando reajuste salarial e melhores condições de trabalho para a categoria. “Os empresários que receberam R$ 48 milhões do Governo e da Prefeitura, se recusam a dar reajuste salarial em 2021 de novo”, pontuou o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará (Sintro). Eles pedem um reajuste de 9% desse ano, calculado em cima do acumulado do ano passado, em que não houve reajuste.

“Reconhecemos que os trabalhadores do transporte coletivo foram afetados negativamente como consequência da pandemia. Em tempos normais, seus pleitos seriam razoáveis, mas a situação crítica das empresas dificulta sobremaneira o atendimento das reivindicações do sindicato laboral”, afirmou o Sindiônibus em resposta às demandas. Para o sindicato dos empresários, greve no cenário atual “não é razoável”. Ainda em nota, o Sindiônibus destacou que espera “encontrar uma solução para o impasse, apesar de o Sintro ter interrompido a negociação”.

Ao O POVO, o presidente do Sintro, Domingo Neto, negou que os trabalhadores tenham cessado as reuniões com representantes do Sindiônibus, que propuseram resoluções para o reajuste de 2020, além de retroativos, aumento de R$ 5 na cesta básica e manutenção do vale-refeição. De acordo com Domingo, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) questionou se o Sintro desejaria nova reunião, mas o órgão afirmou que só retornaria às negociações caso o Sindiônibus apresentasse propostas para o reajuste de 2021, o qual queriam analisar somente no próximo ano.

Demanda por vacina

Greve dos motoristas também é alimentada pelo desejo de vacinação do setor. Eles estimam que 20 trabalhadores tenham morrido em decorrência de Covid-19 durante a pandemia. Pedidos de prioridade dos trabalhadores do transporte coletivo na vacinação foram requeridos pelo Sindiônibus, “seja através de ofícios, seja em solicitações verbalizadas em reuniões”, à Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), conforme declarou o órgão.

A decisão, porém, não compete exclusivamente à Sesa. Trabalhadores da área faziam parte da quarta fase da imunização, mas foram retirados e devem ser imunizados com a população geral. Segundo a Prefeitura de Fortaleza, essa decisão foi tomada após reunião da Comissão Intergestores Bipartite do Ceará (CIB-CE), em que se reúnem representantes de secretarias municipais e agentes da Sesa e da Secretária Municipal de Saúde (SMS), além dos ministérios Público do Ceará (MPCE), Público do Trabalho no Ceará (MPT-CE) e Público Federal (MPF).

Questionada sobre a vacinação do grupo, a SMS explicou que houve mudança recente em quais setores deveriam receber a vacina antecipadamente. No início da campanha de vacinação, além dos motoristas de ônibus, trabalhadores do transporte metroviário, ferroviário e industriais, bem como caminhoneiros, também eram previstos para serem imunizados na quarta fase. A meta eram de mais de 1,2 milhão de pessoas.

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