Motoristas de ônibus anunciam greve em Fortaleza a partir de terça

Paralisação dos trabalhadores está marcada para a zero hora da terça

Atualizada às 17h15min

Motoristas de ônibus anunciaram que entram em greve a partir da zero hora da próxima terça-feira, 8 de junho (08/06). Em assembleia nessa quinta-feira, 3, os profissionais do transporte rodoviário de Fortaleza aprovaram a data de início da paralisação. A decisão da categoria é por reajuste salarial e melhores condições de trabalho.

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Desde o dia 29, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro) já havia decidido por estado de greve. A assembleia de quinta, com cerca de 200 profissionais, ocorreu para definir a data do início da paralisação, marcada para começar à zero hora da terça-feira. "Não tivemos reajuste salarial ano passado e os empresários querem dar zero ajuste este ano em uma inflação de 7,59%", explica o sindicato por meio das redes sociais.

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De acordo com o sindicato no ano passado já não houve reajuste e este ano ainda não havia indicativos. "Os empresários que receberam R$ 48 milhões do Governo e da Prefeitura, se recusam a dar reajuste salarial em 2021 de novo", pontua a categoria. Eles pedem um reajuste de 9% desse ano, calculado em cima do acumulado do ano passado, em que não o reajuste. A Região Metropolitana de Fortaleza ficou em abril com o índice acumula alta de 3,36% e, em 12 meses, de 8,03%.

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Ainda sem vacina

A pandemia também deve ser outro motivo pelo início da greve. Eles estimam que 20 motoristas de ônibus tenham morrido em decorrência de Covid-19 durante a pandemia e cobram que o grupo ainda não foi contemplado com as vacinas. A categoria fazia parte do quarto grupo prioritário, que inclui trabalhadores da educação; funcionários do sistema prisional, pessoas em situação de rua e outros profissionais do transporte como aeroportuários. Entretanto, foi retirado e os profissionais devem ser imunizados como parte da população em geral. O avanço para a população fora dos grupos prioritários é prevista para começar neste domingo, 6. 

Segundo a Prefeitura de Fortaleza, a decisão sobre a vacinação foi tomada após uma reunião da Comissão Intergestores Bipartite do Ceará (CIB-CE), em que se reúnem representantes de secretarias municipais e agentes da Secretaria da Saúde (Sesa). Para a quarta etapa, foram confirmados como prioritários, segundo pactuação da CIB, trabalhadores da Educação, forças de Segurança e Salvamento, Forças Armadas, funcionários do Sistema de Privação de Liberdade, trabalhadores portuários e do transporte aéreo.

Após o cumprimento de 90% das metas das quatro fases prioritárias do Programa Nacional de Imunizações (PNI), a vacinação contra a Covid-19 vai seguir para a população geral do Estado, escalonada por idade em ordem decrescente de 59 anos a 18 anos. " A partir da quantidade vacinas, que estejam disponíveis, nós seguiremos em ordem decrescente de idade até que toda a população de 59 a 18 anos possa ser contemplada com a vacina", pontua a titular da Secretária Municipal de Saúde (SMS), Ana Estela.

Por meio de nota, o Sindiônibus, que representa os empresários de ônibus, ressaltou que não foi notificado nenhuma paralisação do sistema de transporte urbano e, caso seja notificado, tomará as medidas necessárias. A entidade destaca, também, que não conhece nenhum instrumento que estabeleça o termo “estado de greve”, e que o transporte público se configura como serviço essencial. "Por isso, greves devem ser obrigatoriamente informadas ao Sindiônibus, as autoridades e a população com no mínimo 72 horas de antecedência", pontuou o texto.

O sindicato aponta que as empresas associadas estariam buscado "honrar seus compromissos", com o pagamento dos salários dos colaboradores e aponta uma "crise financeira mais aguda da história do setor de transporte". O Sindiônibus ressaltou que está aberta ao diálogo e afirma que a pauta deve ser debatida por meio de negociações." O Sindiônibus repudia qualquer ato que prejudique a circulação dos ônibus e impeça o deslocamento da população e reitera que está sempre aberto ao diálogo. A entidade acredita que as pautas devem ser tratadas sob negociação, sem prejuízo ao fornecimento do serviço de transporte", conclui nota.

Prejuízo na pandemia

Já em posicionamento enviado no fim da tarde desta sexta, o Sindiônibus diz que não é razoável falar em greve neste momento e que a "redução drástica" no número de passageiros durante a pandemia "provocou um grande descompasso entre receita e custo". De acordo com o sindicato, em maio último, a oferta de ônibus correspondeu a 77% do que era antes de pandemia de Covid-19. Foi transportado, nesse período, o equivalente a 58% da demanda considerada normal, de fevereiro de 2020 como referência. Em maio, o sistema de transporte urbano arrecadou R$ 12,5 milhões a menos que em fevereiro do ano passado.

O Sindiônibus diz ainda que é de "difícil reparação" o prejuízo acumulado para manter "um nível de serviço melhor, contribuindo para a redução de aglomerações e preservação de postos de trabalho". O sindicato destacou também que a negociação foi interrompida pelo Sintro e poderá buscar o Poder Judiciário se for necessário. Ainda, a diretoria reivindica prioridade na vacinação aos trabalhadores do transporte coletivo, serviço essencial no Ceará.

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