Empresas de alimentação fora do lar do Ceará trabalham em média com menos 53% dos funcionários, diz pesquisa

Esperança de reequilíbrio dos caixas com a retomada das atividades é de seis meses, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Ceará (Abrasel). Mesmo com empréstimos sendo ofertados, poucos conseguiram os financiamentos

Um total de 79% das empresas cearenses registradas na Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Ceará (Abrasel) retornaram suas atividades mesmo com a pandemia. O dado é de pesquisa da entidade, com 1.500 empresários de todo o País, no fim de agosto. Mesmo a média do Estado estando acima do índice nacional (73%), o setor de alimentação fora do lar segue sendo afetado pela crise, inclusive a financeira.

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No Ceará, os estabelecimentos de alimentação fora do lar estão trabalhando em média com menos de 53% dos funcionários que tinham antes da crise e outros 63% não pretendem contratar novos colaboradores no momento, mesmo com a retomada das atividades. O faturamento abaixo do esperado pode ser um dos empecilhos: um total de 55% dos empresários relatam que o balanço em setembro será negativo, no qual destes, 39% preveem seis meses para reequilibrar o caixa.

Para o diretor-executivo da Abrasel Ceará, Taiene Righetto, o baixo faturamento está atrelado à reabertura de mercado - o que ainda não aconteceu em sua totalidade no Estado - e às mudanças do cliente. "Não só nosso setor, mas toda a população sofreu um impacto grande, porque o povo está sem dinheiro e o consumo não vai ser o mesmo", destaca.

Três segmentos no Estado foram os abordados na pesquisa e foram os que mais sofreram com as mudanças e perdas financeiras: serviço à la carte (31%), lojas de rua (73%) e micro ou pequenas empresas (89%). As possibilidades de empréstimo foram vistas como um alívio para 80% dos empresários que tentaram algum financiamento. Entretanto, deste percentual, 50% não conseguiram o dinheiro - e dentro do índice, outros 21% não receberam justificativas para a negação.

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Dos restantes que conseguiram o empréstimo, um total de 57% foram realizados através do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) - desses, 26% foram associados a outra linha de crédito. Sobre a medida, Taiene pontua que mesmo favorecida pelo Governo Federal, as exigências ainda não se adequavam a realidade dos empreendedores.

"Esse é o problema central da retomada. Como estamos paralisados há quase seis meses, as pessoas não tiveram como repor seus estoques", cita Taiene. "Essas exigências feitas pelos bancos tiveram as exigências de grandes indústrias, com bens de garantia e faturamentos enormes. Nós não temos isso."

O capital de giro, inclusive, é o maior desafio para os empresários do ramo. Em pesquisa do Sebrae e da Abrasel realizada entre os dias 27 de julho a 6 de agosto, um total de 63% consideraram o recurso como o maior desafio durante a retomada, seguido pela preocupação com o comportamento do consumidor com 32%. O capital é diferença entre os recursos disponíveis em caixa e a soma das despesas e contas a pagar. A preocupação com o fluxo financeiro levou 56% dos empresários a buscarem empréstimos, onde apenas 20% tiveram o pedido aprovado.

Cafeterias foram os estabelecimentos que mais buscaram empréstimos, com 79% dos empresários do ramo solicitando a ajuda. Bares e restaurantes seguem com o segundo maior índice de pedidos com 77%; logo após pizzarias (69%), lanchonetes, sanduicheria, fast-food e similiares (63%), restaurante (62%), bar (56%), sorveteria ou açaiteria (49%), ambulantes ou food truck (45%) e padaria e confeitaria e o segmento outros com o mesmo índice (38%).

Apesar de os estabelecimentos de cafeteria serem maioria nos pedidos de empréstimo, eles foram os mais negativados: um total de 83% dos entrevistados do setor não conseguiram o dinheiro, seguido dos bares com 63% de negação. Já pizzarias ocupam a maior porcentagem de sucesso dos pedidos, com 34%. Restaurantes (28%), padaria e confeitaria (20%), bar e restaurante (20%), cafeteria (13%), lanchonetes, sanduicheria, fast-food e similiares (11%) e bar (8%). Os outros estabelecimentos não obtiveram respostas suficientes.

De acordo com o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a alimentação fora do lar é uma das atividades com maior concentração de empreendedores no País. Com Fortaleza na quarta fase da reabertura econômica, o segmento ainda funciona com restrições de horários e capacidade reduzida. Já as macrorregiões de Sobral, Sertão Central e Litoral Leste/Jaguaribe também avançaram hoje para a fase 4, enquanto a macrorregião do Cariri entra na fase 3 do processo.

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