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Levantamento: 28 motoristas de aplicativo foram assassinados no Ceará desde 2017, informa associação

Antônio Evangelista, presidente da Ampip-CE, divulgou levantamento enquanto comentava o caso de Hablich, que teve o corpo encontrado nessa quarta-feira, 12
23:16 | Ago. 13, 2020
Autor Gabriela Almeida
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Gabriela Almeida Repórter O POVO
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Tipo Notícia

O motorista de aplicativo Alexandre Hadlich Fernandes, morto durante corrida em Fortaleza nesta semana, foi o 28° trabalhador da categoria assassinado no Ceará desde a chegada do serviço no Estado, em 2017. A informação foi dada nesta quinta-feira, 13, pela Associação dos Motoristas Privados Individuais de Passageiros do Ceará (Ampip-CE) à Rádio O POVO CBN.

Antônio Evangelista, presidente da entidade, divulgou levantamento enquanto comentava o caso de Alexandre Hadlich. Ele tinha 32 anos e estava desaparecido desde o início desta semana. Na noite desta quarta-feira, 12, o corpo foi encontrado, em Itaitinga, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

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"Com a morte dele, infelizmente, agora são 28 motoristas mortos", destacou Evangelista, lamentando o ocorrido. O presidente ainda informou que a entidade está se mobilizando para ajudar Bianca Fonseca, esposa da vítima, que encontra dificuldades financeiras após o assassinato do marido. 

De acordo com informações passadas pela Polícia Civil, o corpo de Alexandre foi encontrado com marcas de violência. Caso segue sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e, até a noite desta quinta-feira, 13, o autor do crime não foi encontrado.

Proteção aos motoristas

A morte de Alexandre Hadlich levantou o questionamento acerca da vulnerabilidade dos motoristas que atuam realizando esse tipo de serviço de transporte. Antônio Evangelista afirma que tem entrado em contato com empresas para ter garantia sobre a proteção dos trabalhadores, alertando ainda para instabilidade de alguns dispositivos de segurança.

O rastreador de veículo, por exemplo, foi citado durante entrevista pelo presidente devido ao fato de que Alexandre Hadlich teve o seu bloqueado por assassinos. O ocorrido havia sido informado pela esposa da vítima, que tentou rastrear o marido e percebeu que o sinal do dispositivo havia parado.

Na tarde desta quinta, motoristas de aplicativos chegaram a protagonizar uma manifestação ao entorno da Arena Castelão, em Fortaleza.  Os trabalhadores transitaram com o nome "luto" nos vidros de seus carros, exigindo segurança por parte das empresas de transportes por aplicativo que atuam no Estado.

Medidas tomadas

Alexandre Hadlich rodava pelo aplicativo InDriver quando foi assassinado. Ele também atendia pela Uber 99. Procuradas pelo O POVO, as duas maiores empresas de transporte desse tipo que atuam no Ceará, 99 e Uber, informaram que Hadlich era motorista parceiro, mas que sua última corrida, que resultou no crime, não aconteceu sob responsabilidade delas.

Sobre as medidas de segurança solicitadas por motoristas, elas afirmam que já executam métodos de proteção que visam assegurar a vida do condutor. Lamentando a morte de Alexandre, a 99 destacou ainda que "segue aberta ao diálogo com motoristas e poder público para construir soluções benéficas que aumentem a segurança dos parceiros e usuários em Fortaleza e região".

A plataforma  também afirmou que "investe continuamente em segurança",  utilizando de recursos como o uso de inteligência artificial para "detectar corridas perigosas e prever incidentes". No momento da chamada de uma corrida, por exemplo, existe um sistema que vasculha informações comportamentais do cliente e que entrega ao motorista avisos sobre a rota e o destino final.

Durante as corridas, são utilizados meios como câmeras de segurança, alerta de áreas de risco e um sistema ainda de compartilhamento de rotas. Para caso de ocorrências, o motorista pode contar com um seguro contra acidentes pessoais e uma central de emergência que funciona 24 horas.

A Uber também "lamentou  profundamente" o ocorrido e afirmou que tem a segurança de profissionais e passageiros como prioridade. Empresa dispõe atualmente de um sistema que possibilita checar os dados dos usuários junto aos órgãos como o Serasa, possibilitando também que o condutor tenha acesso à informações como rota, opções de pagamento e destino final.

Além disso, a empresa detém a ferramenta machine learning, que utiliza algoritmos cuja ações podem bloquear viagens "consideradas potencialmente mais arriscadas". Os motoristas também têm a opção de cancelar uma viagem caso não se sintam seguros e relatar a empresa o fato, sem sofrer prejuízo. 

A Uber destaca ainda que todas viagens são registradas por GPS, que pode identificar caso motorista faça uma parada fora da rota, ou algo parecido, e fazer com que a empresa verifique o fato de imediato. Opções como compartilhamento de viagens em tempo real e ligações para a Polícia são oferecidos, segundo empresa, por meio do botão Recursos de Segurança. 

Por fim, aplicativo informou que clientes e motoristas parceiros estão cobertos por um seguro para acidentes pessoais e que os condutores contam com um número de telefone 0800 para registrar casos de emergência e pedir apoio a empresa. Para aumentar métodos de segurança, novas ferramentas estão ainda sendo testadas. 

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