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Dois cearenses fazem parte dos 106 jornalistas vítimas do coronavírus homenageados com prêmio internacional

Ao todo 106 profissionais da imprensa mortos pela Covid-19 foram condecorados com o prêmio de Liberdade de Imprensa de 2020 da Associação Interamericana de Imprensa
00:55 | Ago. 12, 2020
Autor Alan Magno
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Alan Magno Estagiário de jornalismo
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Tipo Notícia

Alexandre Rangel de Andrade, jornalista cearense, foi uma das vítimas do novo coronavírus em Fortaleza. Caso se repetiu ainda com o repórter-cinematográfico Marcos Dublê. Eles foram dois dos 106 trabalhadores da Imprensa elencados pela Associação Interamericana de Imprensa como merecedores do prêmio Liberdade de Imprensa 2020 devido aos serviços prestados por eles durante a pandemia.

Todos os profissionais citados morreram após contraírem o novo coronavírus enquanto exerciam seus respectivos trabalhos espalhados por 11 países dos três continentes americanos. Ao todo, nove profissionais da imprensa que morreram pela Covid-19 no Brasil foram condecorados com o prêmio.

O cearense, Alexandre Rangel, era profundo amante do rádio e também liderava a presidência do Comitê de Imprensa, Rádio, Televisão e Internet (Cirti) da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor). Ele morreu no dia 15 de maio de 2020, aos 58 anos, após complicações da Covid-19.

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Oriundo do município de Granja, nasceu e teve a infância na comunidade de Sambaíba. Alexandre deixou um legado marcado pelo profissionalismo e pelo prestígio em todos os veículos de comunicação e instituições em que trabalhou.

A imensa preocupação com a ética em qualquer relação humana foram destacadas pelas notas de pesar publicadas pela CMFor, pelo Sindicato dos Jornalistas Cearenses, e pelo ex-prefeito de Granja e amigo de Alexandre, deputado estadual Romeu Aldigueri.

No caso de Marcos Dublê: alegria sem igual e uma dedicação admirável em qualquer tarefa que fosse realizar foram as características destacadas por seus colegas de trabalho em suas redes sociais após a sua morte no dia 7 de maio de 2020.

Marcos trabalhava na TV Metrópole, mas detinha anos de experiência na rede Jangadeiro. Ele ficou conhecido como “repórter desenrolado” por conta de suas pequenas passagens de última hora no Plantão Ceará. Ele morreu aos 41 anos.

Natural de Fortaleza, o bom-humor e a simpatia encantavam que o conhecia. Diante de sua morte, jornalistas e profissionais da imprensa cearense que tiveram contato com Marcos expressaram pesar e imensa tristeza diante de sua partida. Como foi o caso de Chagas Vieira, secretário de Comunicação do Governo do Ceará e da jornalista e assessora de comunicação Milena Fernandes.

HOMENAGEM INTERNACIONAL

Ao anunciar a homenagem, o presidente da Associação Interamericana de Imprensa, Christopher Barnes, afirmou: “Em todos os países há exemplos de dedicação e abnegação demonstrados por profissionais da mídia que deram suas próprias vidas para cumprir firmemente na missão de manter o público informado”.

Christopher pontuou ainda a existência de uma enorme admiração e respeito de toda Associação com relação aos profissionais vítimas do coronavírus. Ele prestou solidariedade às famílias dos mortos e destacou que a pandemia ainda não acabou e que o momento era difícil para o jornalismo como um todo. “A pandemia também ceifou a vida de muitos membros de nossa família jornalística”.

O líder da Associação, responsável pela homenagem, frisou que espera que a morte de todos estes profissionais não tenha sido em vão. Em seu discurso anunciando o prêmio, ele pontuou que acredita que o sacrifício desses comunicadores irá servir de incentivo e ajuda para que outras pessoas consigam enfrentar a pandemia com informações sobre métodos de prevenção adequados, gerando um menor risco de contágio.

Como parte final de sua fala, o presidente da associação cobrou que os grandes veículos de mídia forneçam materiais e adotem protocolos de segurança para garantir um menor risco aos profissionais durante o exercício da profissão. Ele fez um apelo ainda para que os jornalistas continuem adotando todas as medidas de prevenção.

Christopher frisou ainda que continuará coletando e recebendo dados sobre jornalistas e demais profissionais da imprensa dos três continentes que tenham morrido após terem contraído a Covid-19 para atualizar a lista de condecorados com o prêmio Liberdade de Imprensa.

OUTRAS VÍTIMAS:

No Brasil, os seguintes jornalistas morreram por causa do novo coronavírus e foram homenageados pela Associação Interamericana de Imprensa:

Luiz Marcello de Menezes Bittencourt. Locutor, radialistas da Universidade de São Paulo. Ele morreu no dia 30 de abril de 2020, aos 68 años.

Roberto Fernandes. Jornalista da TV e Rádio Mirante no Amazonas. Ele morreu no dia 22 de abril de 2020 com 61 anos.

Robson Thiago Mesquita. Operador de Câmera do SBT, no Rio de Janeiro. Ele morreu no dia 21 de abril de 2020 com 36 anos.

José Augusto Nascimento Silva. Editor de vídeo do SBT no Rio de Janeiro. Ele morreu no dia 13 de abril de 2020 aos 57.

Lauro Freitas Filho. Editor do Monitor Mercantil jornal veiculado no Rio de Janeiro e em São Paulo. Ele morreu no dia 28 de março de 2020 aos 61 anos.

Márcio Garçone. Repórter do programa “Fala Baixada” no Rio de Janeiro. Ele morreu no dia 5 de maio de 2020 aos 51 anos

Letícia Neworal Fava. Assessora de imprensa da Universidade do Futebol em Jundiaí, São Paulo. Morreu no dia 19 de junho de 2020 aos 28 anos.


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