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"Viemos passear e volto com minha mãe morta", desabafa dono da agência; catamarã virou em Alagoas

Viagem levava grupo de cearenses para Porto de Galinhas e Maragogi
11:31 | Jul. 29, 2019
Autor O POVO
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O passeio de catamarã que terminou com naufrágio e morte de duas idosas cearenses em Maragogi, em Alagoas, era parte de um pacote de viagem que incluía ida para Porto de Galinhas, em Pernambuco. A agência de turismo responsável pelo passeio é do filho de uma das turistas que morreram. A informação é do Uol.

Tarcísio Silva, dono da Simbora Vip Tur, estava no catamarã acidentado com a mãe, Lucimar Gomes da Silva, 68, mulher, os filhos e um grupo de 50 clientes que eram de Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza. No naufrágio, morreram Lucimar e Maria de Fátima Façanha, de 65 anos.

O Barco levava 60 pessoas - quatro crianças e 56 adultos, sendo seis tripulantes. Esse era o segundo passeio em menos de dois meses que a Simbora Vip Tur fazia no catamarã da Tô à Toa Receptivo, que tem mergulho de cilindro no oceano. A Secretaria do Meio Ambiente de Maragogi diz que a empresa não tem permissão para esses passeios e já tinha sido autuada por falta de licença.

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Tarcísio Silva, que é vereador pelo PEN no Eusébio, diz que não sabia da irregularidade. Ele afirma que conheceu o serviço quando esteve em Maragogi com clientes e foi abordado para fazer o passeio."Não sabíamos que o barco era irregular. Estamos surpresos com a informação, pois esse catamarã faz passeios rotineiramente. Tem funcionários deles na rua abordando turistas, igual como foi conosco a primeira vez", diz.

"Vendemos a viagem com o passeio incluso. O grupo estava ansioso para fazer o mergulho e nunca que soubemos que o serviço era irregular. Eles têm sede, estão na rua vendendo para todo mundo, abordando turistas na rua. Dessa forma, a gente acreditava que era tudo regularizado. Peço que as autoridades nos ajudem, pois fomos vítimas. Era um passeio entre amigos, em família. Não íamos arriscar vidas. Perdi minha mãe", lamenta.

Mau tempo

Na sexta-feira, 26, Silva diz que entrou em contato com a empresa para confirmar sua chegada no sábado e questionando sobre o tempo na região, já que o passeio incluía mergulho. "Nos falaram que fazia sol e o perigo era ontem (sexta), que o mar estava tranquilo e o barco já estava nos esperando. Não tinha fiscalização da Marinha de nada hoje (sábado). Achei até estranho, porque no último passeio a Marinha abordou o barco que estávamos para checar se estava tudo ok", relembra.

Quando o acidente aconteceu, o tempo estava nublado e havia ventos fortes agitando o mar. A Capitania dos Portos emitiu alerta de ressaca do mar, com ondas chegando a 3 metros de altura. "Foi assustador. Do nada, o barco começou a virar. O comandante pediu para mudarmos de lado para tentar resolver o problema, mas infelizmente não adiantou", conta Tarcísio.

Imagens mostram que os passageiros não usavam coletes salva-vidas. Tarcísio diz que na agonia do momento, pegos de surpresa, só conseguiram colocar crianças e pessoas que não sabiam nadar na parte de cima do barco. "Quando fui ver, minha mãe tinha ficado embaixo e já estava morta. Viemos para um passeio, estávamos felizes e vou voltar com a minha mãe morta".

Do Correio

 

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