Mounjaro: Anvisa aprova uso para tratar apneia do sono
A decisão foi publicada na segunda-feira, 20, no Diário Oficial da União. O medicamento já é utilizado no tratamento da diabetes tipo 2
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do Mounjaro no combate à apneia obstrutiva do sono (AOS) em adultos com obesidade. A inclusão da nova indicação terapêutica foi publicada nessa segunda-feira, 20, no Diário Oficial da União (DOU).
O fármaco, que já era autorizado no Brasil para o tratamento da diabetes tipo 2 e do sobrepeso na presença de pelo menos uma comorbidade e da obesidade, será o primeiro validado na terapia para AOS moderada a grave no País. A produção, de responsabilidade da fabricante Eli Lilly, tem como princípio ativo a tirzepatida.
"A aprovação de Mounjaro para a apneia obstrutiva do sono é um marco transformador para os pacientes, já que se trata de uma condição subdiagnosticada e com opções de tratamento limitadas", afirma Luiz André Magno, diretor médico sênior da Lilly.
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De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), a decisão da Anvisa foi baseada em estudos clínicos que demonstraram resultados expressivos no controle da doença. Um dos exemplos é a pesquisa publicada em 2024 no periódico New England Journal of Medicine.
O estudo da farmacêutica Lilly apontou o Mounjaro como “cerca de cinco vezes mais eficaz do que o placebo na redução das interrupções respiratórias em adultos que não utilizavam a terapia com pressão positiva nas vias aéreas (CPAP)”. O processo resultou em 27 interrupções respiratórias a menos por hora com a medicação e cinco a menos com o placebo.
“Estamos orgulhosos de trazer essa inovação que pode melhorar significativamente a qualidade de vida e reduzir os riscos cardiometabólicos associados a esta condição”, completa Magno.
Mounjaro tem uso aprovado para tratar apneia do sono: saiba mais sobre a doença
A apneia do sono é uma condição médica que consiste na interrupção repetitiva da respiração durante o sono. Essas pausas podem ser causadas por bloqueios (parciais ou totais) nas vias aéreas.
O diagnóstico, segundo informações da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), é baseado na historia clínica, exame físico e teste de registro do sono, chamado de polissonografia.
A SBPT também aponta que os sintomas mais comuns da apneia do sono são roncos, apneias (interrupções da respiração) testemunhadas e sonolência excessiva diurna.
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