Após fazer unhas em salão, mulher contrai infecção e passa por 5 cirurgias

Após fazer unhas em salão, mulher contrai infecção e passa por 5 cirurgias

O que era para ser um simples cuidado estético virou drama. Mulher teve dedo necrosado após infecção ao fazer as unhas com material não esterilizado

O que deveria ser um simples cuidado estético acabou se transformando em um pesadelo para uma mulher de 66 anos, moradora de Goiás.

Após fazer as unhas em um salão que visitava pela primeira vez, ela desenvolveu uma infecção no polegar que a levou a cinco cirurgias, a mais de 70 sessões de fisioterapia e à perda de mobilidade do dedo.

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O caso escancara os riscos do uso de materiais não esterilizados em procedimentos de manicure e pedicure.

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Ferimento passou despercebido

Na manhã anterior a uma viagem, a paciente decidiu fazer as unhas para um casamento. Não levou seu próprio material e alertou a manicure de que não gostava de retirar a cutícula

Embora tenha sido atendida com cuidado, um pequeno ferimento ocorreu durante a aplicação do esmalte e só foi sentido após o uso de removedor. No fim do dia, a dor começou a surgir e se intensificou durante a viagem.

Dor, inchaço e cirurgia emergencial

Mesmo medicada, a dor não cedeu. Ao retornar à sua cidade, ela foi levada do aeroporto direto ao hospital, onde um angiologista indicou uma cirurgia de emergência.

Com o avanço da infecção, o dedo necrosou e ela precisou passar por mais três cirurgias: duas para retirada de tecido morto e uma para enxerto.

Em agosto, fará uma nova intervenção, desta vez plástica, para tentar recuperar parte da mobilidade e da estética do polegar.

Infecção foi causada por paroníquia

Segundo o médico-cirurgião da mão Frederico Faleiro, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), a paciente desenvolveu um quadro de paroníquia — inflamação comum na região das unhas.

“O que a gente tem visto cada vez mais, com o uso dessas unhas em gel e os recorrentes materiais não esterilizados, tem aumentado o trânsito para gente no consultório com pacientes que têm infecção na região da unha, que a gente chama tecnicamente de paroníquia”, explicou o especialista.

Embora a maioria das paroníquias sejam tratáveis com medicamentos e cuidados locais, Faleiro destaca que algumas evoluem de forma mais agressiva.

As infecções, na maioria das vezes, não são graves. Porém, em alguma pequena parcela dos casos, podem evoluir de forma trágica e grave, podendo ocasionar a perda da ponta dos dedos e, até mesmo, do próprio dedo”, alerta.

Risco vem da quebra da barreira natural da pele

Conforme o médico, o principal risco está na violação da proteção natural da cutícula.

“Uso do material não esterilizado permite que a bactéria contida no material entre na parte do dedo, furando a barreira natural que a gente tem do níquel, que é o que a gente popularmente chama de cutícula. Uma pele bem espessa que serve como barreira contra as bactérias”, afirmou.

Ele ainda destaca que “quando se faz o procedimento de unha com material contaminado, você tem uma quebra dessa barreira. As bactérias conseguem entrar na parte mais interna do dedo e isso permite que a bactéria se alastre, causando infecção.”

Infecções podem ser agudas ou crônicas

Faleiro explicou que há dois tipos principais de infecção relacionados a esse tipo de procedimento: “A infecção bacteriana que causa um quadro bem agudo, com bastante dor, e outro tipo de infecção mais crônica, subaguda, que são relacionadas às pessoas que deixam as mãos mais úmidas ou que trabalham com água. Essas podem causar também um quadro de inchaço e dor local.”

Quando a infecção é identificada, o tratamento deve começar rapidamente.

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“O profissional especialista, no caso o cirurgião de mão, vai iniciar o tratamento. As primeiras medidas são locais: colocar a mão em uma compressa — que ajuda na drenagem da secreção — e usar antibióticos, tanto tópicos quanto orais, dependendo da gravidade e evolução da infecção”, explica o médico.

Prevenção deve ser prioridade

Para o Dr. Frederico Faleiro, a prevenção é a principal arma contra esse tipo de infecção. “A principal ferramenta que temos é a prevenção dessas lesões. Como devemos fazê-la? Principalmente com a esterilização completa dos materiais utilizados nesse procedimento de unha”, orienta.

Além disso, ele reforça que “é muito importante que no procedimento não sejam feitas manobras tão invasivas que causam feridas nas unhas, porque isso quebra a barreira da pele, que é a barreira natural e muito efetiva de evitar as infecções nas pontas dos dedos.”

Por fim, ele destaca que “esses procedimentos invasivos, quando furam a pele, são muito agressivos. Então, basicamente, é preciso ter controle de esterilização, de preferência com materiais de uso exclusivo de cada paciente, evitar manobras que causem lesão nas mãos e, claro, manter as mãos sempre limpas e higienizada", concluiu.

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