Pode fazer tatuagem em cachorro e gato? Entenda nova lei

Pode fazer tatuagem em cachorro e gato? Entenda nova lei

Prática é considerada maus-tratos e pode levar a prisão de até cinco anos, além de multa e proibição da guarda do animal. Advogada animalista explica a lei

O presidente em exercício Geraldo Alckmin sancionou uma lei, aprovada em maio deste ano, que proíbe a realização de tatuagens e piercings em cães e gatos para fins puramente estéticos.

A medida altera a Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998) e enquadra essas práticas como maus-tratos, sujeitas a penalidades que vão de multa à reclusão, além da possível perda da guarda do animal.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

Censo Pet indica principais raças de cachorro e gato no Ceará; VEJA

A punição prevista para quem descumprir a norma varia entre 2 a 5 anos de prisão, mais multa. Caso o procedimento estético cause a morte do animal, a pena pode aumentar de um sexto a um terço.

A lei surge para coibir atos que antes, mesmo sendo proibidos, não tinham uma previsão expressa clara, facilitando a fiscalização e punição.

Gabriela Maia, advogada animalista e fundadora da Associação Direito Animal Brasil, esclareceu ao O POVO como a lei funciona e qual sua importância.

Por que tatuar e colocar piercings em animais é considerado maus-tratos?

Gabriela Maia explica que “mesmo antes da lei ser promulgada, fazer tatuagens e piercings com fins puramente estéticos em animais já era proibido e considerado crime de maus-tratos”.

Ela destaca que o crime de maus-tratos é definido amplamente, abrangendo qualquer ato que cause ferimentos, mutilações ou abusos contra animais.

Instituto pede doações para acolher mais de 40 cachorros abandonados em casa na Mister Hull; SAIBA como ajudar

Diferente dos humanos, os animais não possuem senso estético nem necessidade de modificar sua aparência.

Portanto, “tudo que for imposto a eles com fins puramente estéticos se torna mutilação e abuso”, reforça Gabriela Maia. Procedimentos como o corte de orelhas e cauda também se enquadram nesse conceito.

Além disso, esses procedimentos causam dor e sofrimento, já que tatuagens e piercings exigem cuidados rigorosos, incluindo limpeza e troca de curativos, algo que o animal não pode consentir.

A importância da lei para a proteção dos animais

Embora a prática já fosse proibida na teoria, a advogada observa que “temos uma dificuldade cultural, no Brasil, de compreender que alguns atos já são crimes mesmo sem previsão específica”.

A nova lei representa um avanço ao oferecer respaldo legal claro para punir esses atos, facilitando a proteção dos animais.

O Brasil, que possui cerca de 160 milhões de animais de estimação — entre eles 60 milhões de cães e 30 milhões de gatos, segundo Agência Senado —, agora conta com uma legislação nacional que reforça o compromisso com o bem-estar animal.

Como denunciar casos de maus-tratos envolvendo tatuagens e piercings em animais?

Além da legislação, a conscientização e a denúncia são fundamentais para combater esse tipo de crueldade. Denúncias podem ser feitas diretamente à polícia civil, ao Ministério Público ou ao Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV).

>> SIGA o canal de Últimas Notícias O POVO no WhatsApp

É importante que o denunciante forneça o máximo de informações possível para que as autoridades possam agir de forma eficaz.

Gabriela Maia reforça que, embora a lei seja um passo importante, “é preciso também que a população se envolva, denuncie e pressione para que os casos sejam investigados e os responsáveis punidos”.

Serviço

Onde denunciar maus-tratos a animais

  • Disque 197 - Polícia Civil
  • Ministério Público de cada estado
  • Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV)

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar