Professor é preso por dar suposto ‘chá’ com sêmen a alunas no Tocantins
Ele já era investigado por estupro de vulnerável e possuía vídeos de mulheres gravadas sem consentimento
17:25 | Mai. 01, 2025
Um professor de canto foi preso na última sexta-feira, 25, suspeito de oferecer a alunas um “chá” supostamente contendo com sêmen. O caso aconteceu em Luzimangues, distrito do município de Porto Nacional, no Tocantins.
De acordo com as vítimas, o professor Hallan Richard Morais da Cruz, de 26 anos, ofereceu o líquido com a justificativa de que a substância ajudaria na saúde da garganta e das cordas vocais.
A Polícia Militar foi acionada após uma das alunas desconfiar do gosto e aparência do líquido. O professor foi abordado em seu local de trabalho, onde confessou, segundo a PM, ter colocado o próprio sêmen na bebida servida às estudantes. Ele também teria informado que outras cinco vítimas consumiram o mesmo chá, incluindo uma menor de idade.
LEIA TAMBÉM: Professor futsal é preso suspeito de estuprar adolescente de 12 anos em Sobral
Durante a ação, a polícia apreendeu dois frascos com líquido suspeito e um celular que estaria sendo utilizado para gravar as alunas sem o consentimento delas.
Conforme divulgado pelo site G1 Tocantins, no dia seguinte à prisão, o irmão de Hallan Richard entregou um HD externo à Central de Atendimento à Mulher, em Palmas. O irmão teria encontrado o equipamento na escrivaninha do quarto do suspeito, que mora com os pais.
Ao analisar o conteúdo, foram localizados vídeos de mulheres ingerindo o líquido, além de um vídeo do próprio professor se masturbando e imagens de crianças em um lote da região. Também havia diversas fotos de mulheres feitas em diferentes locais de Luzimangues.
O material está sob análise da perícia criminal, que busca confirmar a origem do sêmen e avaliar se há indícios de outros crimes.
Leia mais
Na audiência de custódia realizada no domingo, 27, o juiz Willian Trigilio da Silva, do Tribunal de Justiça do Tocantins, decidiu converter a prisão em flagrante em preventiva. O magistrado justificou a medida por entender que o suspeito representa risco concreto às vítimas e à ordem pública.
“A liberdade do suspeito se tornou, em tese, um risco concreto às vítimas e coloca em risco a ordem pública, além de considerar que o suspeito é professor de música das ofendidas, não havendo outra solução a não ser a decretação da medida extrema de restrição de sua liberdade”, destacou o juiz na decisão.
Como Hallan não constituiu advogado particular, sua defesa está sendo realizada pela Defensoria Pública do Tocantins. O órgão informou que seguirá prestando assistência jurídica até que outro defensor seja nomeado ou contratado.
LEIA TAMBÉM: PMPCE pede condenação de professor investigado por assédio sexual em São Benedito
Suspeito é investigado por estupro de vulnerável
Apesar de o professor ter negado envolvimento em outros processos judiciais durante a audiência, a Polícia Militar e a Justiça confirmaram que ele já era investigado por um suposto estupro de vulnerável. A identidade da vítima e detalhes do caso não foram divulgados.
Nas redes sociais, Hallan Richard mantinha uma presença voltada à música. Publicava vídeos tocando bateria, violão e guitarra, e frequentemente aparecia cantando em igrejas, inclusive ao lado de mulheres.
As imagens agora ganham nova interpretação à luz das acusações, mas fazem parte do material que está sendo analisado pelas autoridades.
A repercussão do caso gerou manifestações públicas. A família do professor, por meio de um escritório de advocacia, divulgou uma nota repudiando veementemente os atos atribuídos a Hallan. Na declaração, os familiares afirmam confiar no Poder Judiciário e defendem que, se comprovados os crimes, que haja a devida responsabilização.
Leia mais
“Em razão da prisão de Hallan Richard, ocorrida em 25/04/2025, seus familiares manifestam publicamente seu total REPÚDIO a toda e qualquer conduta ilícita a ele imputada e confiam no Poder Judiciário para que, comprovada a autoria e materialidade dos fatos, haja a devida responsabilização”, diz o texto divulgado nas redes sociais.
A família ainda declarou que atravessa um momento de grande sofrimento e se solidariza com as possíveis vítimas e seus familiares.