Síndromes respiratórias e gripais ainda estão em alta no Brasil

O POVO conversou com uma pneumologista e um infectologista que falaram sobre o aumento de casos de gripe e a importância da vacinação

Internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), principalmente em função da influenza A (gripe) e do vírus sincicial respiratório (VSR), continuam em alta em boa parte do Brasil. Dado é apontado em boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na quinta-feira, 23.

Conforme apresentado em balanço, no ano de 2024 já foram notificados 58.242 casos de SRAG no País, sendo "28.026 (48,1%) desses com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 21.158 (36,3%) negativos, e ao menos 5.784 (9,9%) aguardam resultado laboratorial.

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Dentre os casos positivos, 18,5% são Influenza A, 0,3% Influenza B, 41,3% correspondem a VSR e 27,2% a SARS-CoV-2 (COVID-19).

Ainda segundo dados do levantamento, nas quatro últimas semanas epidemiológicas "a prevalência entre os casos positivos foi de 27,3% Influenza A, 0,3%, Influenza B, 56,2% vírus sincicial respiratório e 4,6% SARS-CoV-2 (COVID-19)".

Entre as capitais brasileiras, 15 apresentaram aumento de casos de SRAG na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) até a semana 20, sendo elas: Aracaju (SE), Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Florianópolis (SC), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Natal (RN), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA) e Teresina (PI).

Diagnóstico de Influenza

As infecções respiratórias por influenza são praticamente indistinguíveis de outros vírus, foi o que disse ao O POVO o infectologista Guilherme Henn. Não é possível cravar o diagnóstico só com base nos sintomas clínicos, é necessário a realização de exame para que o médico possa comprovar qual patógeno está acometendo o paciente.

Ainda segundo o profissional, entre os principais sintomas da influenza estão a febre alta que causa prostração nos doentes, de forma muito mais intensa do que acontece com a Covid-19 ou o VSR. Também são comuns dores de cabeça.

Falta da vacinação

Conforme a pneumologista Maria Enedina, que atua no Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa, na Paraíba, as famílias estão com receio de "todas as vacinas por causa de campanhas de desinformação", possibilitando que o vírus infecte a população com maior facilidade e facilitando modificações genéticas e o surgimento de novas variantes.

A médica lembra que o aumento de casos de Influenza por falta de vacinação é algo que infelizmente está ocorrendo em todas as outras doenças também pela falta de imunização da população: “Isso é muito sério, as pessoas não estão entendendo, estão dizendo que vacina faz mal, que provoca doenças, que mata, e não! A humanidade está envelhecendo graças às vacinas”.

A vacina da influenza, bem como as outras vacinas não protegem 100%, mas podem proteger 70%, ou mesmo 50% em um idoso, “mas é melhor 50% do que ter zero”, disse Enedina. As vacinas funcionam como um amortecedor para o sistema imunológico, propiciando tempo de resposta para o corpo e diminuindo as chances de desenvolver quadros graves da gripe.

Prevenção

A Influenza pode ser prevenida por meio do uso de máscaras, o isolamento social no caso de apresentar algum sintoma e a higienização das mãos, por meio da lavagem com sabão e água corrente ou álcool em gel.

No caso de sintomas é importante o isolamento social para se evitar o contágio de outras pessoas, principalmente crianças menores de dois anos, mulheres gravida, idosos ou imunocomprometidos.

Colaborou Gabriela Almeida

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