Corpos à deriva em barco no Pará: o que se sabe até o momento

Os documentos encontrados com os cadáveres no último sábado, 13, indicam possível origem da Mauritânia e do Mali, países do continente africano

Uma embarcação encontrada à deriva por pescadores na região de Salgado, litoral paraense, no último sábado, 13, faz parte de investigação da Polícia Federal (PF) após corpos em decomposição serem identificados em seu interior.

A origem da documentação de alguns cadáveres aponta para os países da Mauritânia e do Mali, ambos localizados na África. A PF também afirma não ser possível “descartar a existência de pessoas de outras nacionalidades”.

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De acordo com as informações disponibilizadas no trabalho de identificação da polícia, com a perícia iniciada na segunda-feira, 15, oito corpos estavam dentro da embarcação e um nono estava próximo ao barco.

Saiba as atualizações sobre o caso dos corpos à deriva em barco no Pará.

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Corpos em barco no Pará: atualização do caso

Inicialmente, apontava-se a presença de 20 cadáveres na embarcação, prováveis refugiados haitianos. O número foi atualizado em perícia da Polícia Federal para nove vítimas, com documentos da Mauritânia e do Mali.

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) monitora o caso e lançou um comunicado à imprensa na terça-feira, 16, lamentando a perda. O órgão também reafirmou a “necessidade de abordar os desafios do deslocamento forçado nos países de origem, trânsito e destino”.

O destino provável da embarcação eram as Ilhas Canárias, um território espanhol. A PF ainda estima que 25 pessoas estavam no barco, de construção artesanal, anteriormente.

Corpos em barco no Pará: O que é DVI?

A Polícia Federal adotará os protocolos de Identificação de Vítimas de Desastres (DVI) para o caso da embarcação no litoral do Pará. O procedimento é responsável por identificar vítimas de incidentes com casualidade em massa, provocadas pelo homem ou por fenômenos naturais.

A Organização Internacional de Polícia Criminal, conhecida por Interpol, aponta quatro fases para a identificação, reproduzidas a seguir:

Fase 1 – Exame do local: Dependendo do incidente e de onde ocorreu, pode levar dias ou até semanas para que todas as vítimas e seus bens sejam recuperados.

Fase 2 – Dados post-mortem: Os restos mortais são examinados por especialistas para detectar o máximo possível de dados biométricos. Isso pode incluir:

• Impressões digitais;
• Odontologia, ou exame odontológico;
• Perfil de ADN;
• Indicações físicas – tatuagens, cicatrizes ou implantes cirúrgicos que podem ser exclusivos da vítima.

Fase 3 – Dados ante mortem: Os familiares mais próximos são entrevistados sobre o familiar desaparecido para coletar informações sobre a pessoa. Dados biométricos também podem ser coletados para uma investigação, principalmente impressões digitais, DNA, dados odontológicos e médicos.

Fase 4 – Reconciliação: Uma vez recolhidos os dados Post-mortem e ante-mortem, uma equipe de especialistas compara e reconcilia os dois conjuntos de informações para identificar as vítimas.

(Com informações da Agência Brasil)

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