Pisa: edição de 2025 terá avaliação por estado, diz ministro da Educação
No Brasil, menos de 50% dos alunos conseguiram nível mínimo de aprendizado em matemática e ciências
O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou que o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) no Brasil passará a ser feito por estados. A informação foi dada na manhã desta terça-feira, 5, durante coletiva de imprensa para anunciar os resultados do Pisa 2022, na sede do Ministério da Educação (MEC). A avaliação, que está prevista para ser aplicada em 2025, deve abranger 40 mil estudantes de 15 anos.
"No próximo Pisa, queremos avaliar por estado, para que possamos ter um panorama mais pontual. [Nesta edição, 2022] Foi avaliado por região. Todas nossas ações [do MEC] estão focadas na redução da desigualdade e inclusão. Queremos que nosso próximo Pisa a gente possa ter um retrato desses alunos, e não dá para fazer com somente essa amostra de dez mil alunos", declarou Camilo Santana.
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O Pisa é o maior exame de estudantes do mundo. Desde os anos 2000, ele é realizado a cada três anos e avalia estudantes na faixa etária de 15 anos, independente da série em que estejam. O Pisa avalia as competências e habilidades dos alunos em três áreas: Leitura, Matemática e Ciência.
Dentre os dados obtidos, estão comparações entre estudantes de escolas públicas e particulares, pobres e ricos, meninos e meninas. Os estudantes também responderam questionários sobre a escola, a relação com a família, bullying e competências digitais. Os resultados servem como indicadores dos sistemas de educação dos países e diretrizes para a criação de políticas públicas.
Na edição de 2022, o foco da avaliação foi na área da matemática. Em comparação ao Pisa de 2018, última edição antes da pandemia, o desempenho médio nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) caiu dez pontos em leitura e quase 15 pontos em matemática. Em ciências, a média ficou estável.
Conforme o relatório, estima-se que aproximadamente 25% dos jovens de 15 anos nos países membros da OCDE, ou seja 16 milhões, não atingiram o nível 2 e têm dificuldade em fazer cálculos com algoritmos básicos ou interpretar textos simples.
No Brasil, 10.798 alunos de 599 escolas passaram pela avaliação. O País manteve-se estável nas pontuações em matemática, leitura e ciências. No entanto, menos de 50% dos alunos conseguiram nível mínimo de aprendizado em matemática e ciências.
Em 2022, o Brasil alcançou média de 379 pontos em matemática, 410 em leitura e 403 em ciências. Já em 2018, ano anterior avaliado, o desempenho foi 384 pontos em matemática, 413 em leitura e 404 em ciências.
Por região, o Sul apresentou os melhores resultados em matemática, com média de 394 pontos. Em seguida o Sudeste (388); Centro-Oeste (384); Nordeste (363) e Norte (357).
Conforme o ministro Camilo Santana, os resultados mostram a desigualdade do País. "Queremos reduzir essas desigualdades e, para melhorar os índices do país nos próximos anos, há a necessidade de investimentos na educação básica", aponta.
“Precisamos alfabetizar as crianças na idade certa, devemos ter a garantia de escola mais atrativa e de tempo integral, garantir a permanência do jovem na escola, além da melhoria da formação inicial e continuada dos professores nas universidades, que estão indo para escolas de formação básica”, pontuou.
Quando questionado sobre a reserva de investimentos para a aplicação dessas políticas públicas, Camilo Santana ressaltou que “todas já têm recurso orçamentário até 2026”.