Nise da Silveira: conheça a psiquiatra brasileira cujo título de 'heroína' foi vetado por Bolsonaro
A médica é considerada como mãe da psiquiatria humanizada no Brasil. Bolsonaro vetou a inserção do nome de Silveira no livro dos 'Heróis e Heroínas da Pátria'Um dos símbolos da luta antimanicomial no Brasil, Nise da Silveira, teve sua inscrição no livro dos ‘Heróis e Heroínas da Pátria’ vetada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira, 25. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União do mesmo dia.
"Não é possível avaliar a envergadura dos feitos da médica Nise Magalhães da Silveira e o impacto destes no desenvolvimento da Nação, a despeito de sua contribuição para a área da terapia ocupacional,” afirmou o presidente na justificativa do seu veto.
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O livro dos heróis é feito de aço, e tem somente dez páginas. Os nomes inscritos nele são considerados essenciais para a construção na história do Brasil; o livro existe desde 1989, e fica guardado no Panteão da Pátria, em Brasília.
Psiquiatria humanizada: conheça as contribuições de Nise da Silveira
Nise da Silveira foi uma psiquiatra brasileira, nascida em 1905, e durante toda a sua carreira na Medicina psiquiátrica, contestou os métodos comumente utilizados pela classe médica para tratar pessoas vistas como vítimas de distúrbios mentais, como a lobotomia e a terapia de choque.
Se declarando “rebelde”, Silveira chegou a ser presa por protestar contra as brutalidades que testemunhava em hospitais psiquiátricos; em 1936, denúncias que a conectavam com o movimento comunista resultaram em um período no cárcere.
Suas iniciativas pela saúde mental incluíam a adesão de tratamentos mais humanizados para com pacientes que sofressem de doenças psicológicas, como o uso da arte, em especial a pintura, como forma de compreender e ter empatia com o paciente, além de ser contrária ao isolamento de pacientes e o uso de camisa de força.
Diversas obras produzidas por seus pacientes estão expostas pelo Brasil; algumas chegaram a fazer parte do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, o MAM.
Com informações do G1 e Folha