Desabamento de cânion em Capitólio matou 4 pessoas da mesma família

O primeiro corpo identificado foi do aposentado Júlio Borges Antunes

Durante todo o domingo, 9, o Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais trabalhou para encontrar e identificar os corpos das vítimas que trafegavam em uma lancha e foram atingidas por um bloco de rochas que se desprendeu do cânion que margeia o Lago de Furnas, em Capitólio/MG. Dez pessoas morreram na tragédia.

A diarista Vera Lucia Ferreira da Silva, 53, que presenciou o acidente, relatou os minutos seguintes à tragédia. "As equipes de resgate não haviam chegado. Só havia um jet-ski ajudando a tirar o pessoal da água e colocando em um paredão. Pegaram o nosso gelo para estancar sangue das vítimas", descreveu em entrevista à Folha de S. Paulo.

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Quase 24 horas depois do episódio, turistas que visitavam ou ainda iriam ao Lago de Furnas lamentaram e se solidarizaram com as vítimas, entendendo que poderiam ser elas ali naquele trágico momento.

"Nós passamos pelo local antes. Estávamos voltando quando nos avisaram do que havia acontecido. É terrível. Arrepiador. Andar de lancha é bom, o passeio é bom, mas tem risco. Agora só longe dos paredões", disse a professora Talita Nóbrega, 33, moradora de Assis Chateaubriand (PR).

Ainda nesse domingo, o Corpo de Bombeiros, através de mergulhadores, encontrou os últimos três corpos das pessoas desaparecidas e que estavam na lancha Jesus, atingida pelas rochas. Todas as vítimas do acidente estavam no veículo aquático, dez pessoas. Era um grupo de nove amigos, quatro da mesma família, além do piloto Rodrigo Alves dos Anjos, de 40 anos. O marinheiro foi identificado pela esposa e pela filha e era morador de Betim/MG.

No fim da tarde, o órgão militar informou que as buscas seriam encerradas, pois não havia mais desaparecidos. Os corpos foram enviados para o IML (Instituto Médico Legal) de Passos, na mesma região de Capitólio.  

Identificação dos corpos

O primeiro corpo identificado foi do aposentado Júlio Borges Antunes, 68 anos, que era morador da cidade. O homem estava no transporte junto com um amigo de infância, Sebastião, o qual também faleceu devido ao acidente. 

De acordo com o marmorista Rogério Francisco das Chagas, 37 anos, quatro vítimas da tragédia eram de sua família. Segundo ele, o grupo havia deixado a cidade de Serrania/MG, para acampar: "Vieram a passeio. Estavam acampados em um sítio e resolveram andar de barco".

Ele identificou os corpos de Sebastião Teixeira da Silva, 63 anos, Marlene Augusta Silva, 52 anos, esposa de Sebastião. Além de Geovane Teixeira da Silva, 37 anos, e Geovane Gabriel Oliveira da Silva, 14 anos, filho e neto do casal, respectivamente. Nesta segunda-feira, 10, as outras vítimas devem ser identificadas pelo IML.

Marcos de Souza Pimenta, delegado que iniciou as investigações do acidente, não quis fazer qualquer declaração sobre causas ou mesmo conjecturar culpados. Ele diz que contará com a ajuda de geólogos para entender os motivos de o bloco de rocha ter se desprendido do cânion. "Precisamos do apoio de geólogos para saber se essa erosão pode ser provocada pela chuva ou pelo som das lanchas que param e fazem um escarcéu naquele local", explicou o delegado à Folha de S. Paulo.

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