Tsunami no Brasil? Autor de vídeo que simula ondas diz que não há motivo de preocupação

O autor da publicação que repercutiu na internet explica que, devido à baixa possibilidade de que haja um deslizamento de terra causado pela erupção do vulcão Cumbre Vieja, não há motivos para preocupação

Um vídeo publicado no YouTube que mostra tsunami gerado pelo vulcão Cumbre Vieja tem repercutido entre internautas brasileiros. As imagens mostram uma simulação da propagação das ondas em caso de colapso do vulcão nas Ilhas Canárias, que está com alerta amarelo para risco de erupção. O professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Antonio Fetter, autor da publicação, afirma, no entanto, que não há motivos para pânico.

Segundo Fetter, que é também doutor em Oceanografia Física, o vídeo foi produzido como trabalho de iniciação científica de uma aluna da Universidade e trata-se de uma modelagem numérica que simula a propagação da onda em água profunda em caso de deslizamento do vulcão Cumbre Vieja.

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As imagens mostram o tempo que as ondas levariam para se propagar das Ilhas até a costa brasileira. “Seriam seis horas para chegar à costa do Nordeste, indo em direção ao Sul, demorando quase 12 horas para chegar em Florianópolis”, narra o professor. 

Veja o vídeo 

As informações de tempo de propagação das ondas, segundo ele, estão muito próximas do que aconteceria em caso de alerta de tsunami, o que poderia ser relevante para que autoridades planejassem evacuação da região costeira.

Com a publicação, internautas chegaram a questionar o professor sobre a probabilidade de as ondas atingirem cidades como Manaus, Belém, São Luiz, Fortaleza, Natal, João Pessoa e Recife.

No entanto, ele ressalta que, embora essa seja a informação mais precisa da simulação, esse modelo não tem resolução espacial para descrever qual seria o tamanho da onda junto à costa. Por isso, ele deixa claro na descrição do vídeo que os dados são coletados de uma variação de nível na profundidade de 50 metros, e, a partir disso, o modelo não tem condições de prever a altura da onda.

Repercussão do "tsunami no Brasil"

Fetter afirma que está muito preocupado com a forma com que o vídeo está sendo explorado para dizer que “ondas de dez metros” chegariam a cidades do Nordeste. “Essa informação não pode ser utilizada dessa maneira. O objetivo do vídeo, que foi publicado a pedido de amigos da área, foi puramente acadêmico e não prevê a altura da onda junto à costa brasileira”, frisa.

De acordo com o professor, a probabilidade de uma erupção do vulcão causar desmoronamento que gere um tsunami dessa magnitude é mínima. Ele explica que existem várias possibilidades de que ele entre em erupção, sem causar um deslizamento significativo para gerar uma onda que cause preocupação para as localidades mais remotas do Atlântico Norte ou Sul.

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