Em "plebiscito" da família, Bolsonaro vota a favor da mãe ser vacinada contra Covid-19
Em 2020, o presidente também apontou que, caso a mãe contraísse Covid-19, ele autorizaria o uso de hidroxicloroquina, mesmo sem comprovação científica de eficácia
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) revelou na segunda-feira, 8, ser a favor de vacinar a mãe, Olinda Bonturi Bolsonaro, contra a Covid-19. Segundo o próprio presidente, ele teria votado ‘sim’ durante uma discussão entre os cinco irmãos Bolsonaro para decidir se a matriarca da família, de 93 anos, deveria receber o imunizante.
"Estamos preocupados. Hoje meus irmãos decidiram, estão votando aqui se a minha mãe vai ser vacinada ou não com 93 anos de idade. Eu já dei [meu voto] lá, votei sim. Com 93 anos ser vacinada mesmo com uma vacina aí, não está comprovada cientificamente", contou o presidente ao programa "Brasil Urgente", da TV Bandeirantes.
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Em inúmeras ocasiões, Bolsonaro afirmou que tanto não vai tomar vacina quanto não fará com que sua aplicação seja obrigatória no País. Ao dizer que “não está comprovada cientificamente”, Bolsonaro ignora a aprovação, baseada em dados científicos, dada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a dois imunizantes no Brasil.
Tanto as vacinas CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac, quanto a Oxford/Astrazeneca, desenvolvida pela Fiocruz em parceria com os britânicos, foram aprovadas pela agência regulatória cujo diretor, Antônio Barra Torres, foi indicado por Bolsonaro.
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Ao longo da pandemia, Bolsonaro volta e meia se referiu à mãe como exemplo de pessoa vulnerável que poderia morrer se contraísse a doença causada pelo coronavírus. Em maio de 2020, inclusive, disse que autorizaria a mãe a receber hidroxicloroquina caso ela tivesse Covid-19. O remédio é amplamente defendido por Bolsonaro como uma alternativa de tratamento à enfermidade, embora, neste caso sim, não exista comprovação científica de eficácia.