PSL não deve aderir à candidatura
O governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro, informou à bancada do PSL que defende a formação de um bloco de apoio no Congresso, mas que não implique, necessariamente, a adesão a um nome de um candidato à presidência da Câmara.
A decisão foi apresentada ontem pelo futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e pelo deputado Leonardo Quintão (MDB-MG), de sua equipe na transição, em reunião com o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO). O núcleo político do presidente eleito avalia que será melhor para a relação com o Congresso ficar de fora da disputa na Casa.
A estratégia apresentada por Onyx tenta desvincular o futuro governo de um candidato específico, a fim de evitar desgastes com concorrentes e a possibilidade de prejuízo à imagem de Bolsonaro em caso de derrota.
Os parlamentares do PSL têm dado sinais de que vão apoiar João Campos (PRB-GO), mas, para o núcleo político do novo governo, não é interessante criar ruído com Rodrigo Maria (DEM-RJ), presidente da Câmara e candidato à reeleição.
Apesar da sinalização do futuro governo, o líder do partido disse após o encontro que os 53 parlamentares do PSL - 52 eleitos e Bia Kicis (DF), que deve trocar o PRP pela legenda de Bolsonaro -, vão votar em bloco para o comando da Câmara.
"É uma bancada extremamente competente e capaz, e como toda família, tem desavenças. Imagina uma família com 53 irmãos. Em nome do PSL e da governabilidade, vamos entregar os 53 votos a um candidato da Câmara", disse.
Além de Onyx e Waldir, o encontro teve a participação de João Campos e do presidente do PRB, Marcos Pereira.
"(Estamos) Dialogando nos termos da formação de um bloco para que a gente tenha uma forma igualitária de tratamento com todos os partidos. Sem a gente ter pré-fixado um candidato à presidência da Câmara", disse Delegado Waldir.
Após o encontro, de mais de duas horas, Campos afirmou que a reunião também tratou do apoio à sua candidatura. "Naturalmente, eu reafirmei minha candidatura. Estou em ampla campanha", disse o parlamentar, que tem apoio informal de parte do PSL.
Sem declarar voto, Waldir disse que o perfil do candidato que a legenda deverá apoiar é de alguém que defenda "pautas conservadoras", como o projeto Escola Sem Partido, além das reformas da Previdência e tributária. Não informou, no entanto, quando o governo pretende apresentar os projetos para votação. "Essa agenda está sendo construída".
AE