Matrix eleitoral
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Matrix eleitoral

2018-09-16 00:00:00

Lá vamos nós a mais um provável segundo turno no qual o distinto eleitor poderá se deparar não necessariamente com o candidato que queria. Mas com a opção à mão para enfrentar aquele que mais rejeita. A rigor, votará no que vê acertando no que não vê. Neste Matrix eleitoral, dois nomes são apenas representações.

 

Tomando como cenário Bolsonaro no segundo turno, será ele a encarnar, do jeito dele, o que resta para o eleitor que não esqueceu os escândalos da Era petista no Planalto e a bancarrota da economia nacional, frente a um possível Haddad como o outro lado. Em Bolsonaro, a despeito do seu modo tosco, votariam todos aqueles que neste primeiro turno estão devidamente conectados com seus nomes, seja Alckmin, Amoedo e Meirelles, por exemplo. O voto, em larga medida, seria no que ele representa. Não nele.

 

A propósito, caso o outro lado seja Ciro ou Alckmin, pior para Bolsonaro - confirmam as pesquisas. Ele é sobretudo o antipetismo.

 

Sem isso, apenas a ladainha da violência. Para Haddad, em momento Bolt, segundo o Datafolha, restará colar ainda mais em Lula e trafegar em meio ao bombardeio ao poste anterior. Aquela que um dia já foi ele e que hoje ele é, Dilma Rousseff. Aliás, é nela que Ciro deverá mirar para derrubar Haddad. Não em Lula.

 

Jogo rápido

 

Seja quem for o eleito, o País precisa estar atento para não cair no maniqueísmo que lhe vem custando a própria carne. Não haverá como governar com um rifle na mão ou com uma rosa. A próxima gestão terá de agir com o Congresso que houver para aprovar o que for preciso, ao juízo do Governo eleito. O pior a ocorrer será desistir de alguns consensos. Não todos, mas alguns, sim. Reforma da Previdência é um deles.

Quem manda escolhe o número

Quem tem mais força dentro dos partidos fica com os melhores números. Não é de hoje. Repare em alguns exemplos. No PT, Luizianne Lins herdou o 1313 de José Pimentel, outrora "O federal do Lula" e este ano sem legenda para disputar reeleição ao Senado, em nome do do apoio petista ao outrora chamado de "golpista" Eunício Oliveira. AJ Albuquerque, filho do presidente da Assembleia, Zezinho Albuquerque, vai de 1111. O capitão Wagner, do Pros, é o 9090.

Chico Lopes é o 6565, no PCdoB. E por aí vai. No PDT do Ceará, o partido que ganhou importância eleitoral depois que a Família Ferreira Gomes por lá aportou e segue por enquanto, basta mirar nos números que se tem ideia de quem manda. Leônidas Cristino, o candidato de Ciro Gomes, vai de 1212. Josbertini Clementino disputa vaga estadual com o 12345, fazendo dobradinha com o presidente estadual do partido, André Figueiredo, o 1234. Mas não custa lembrar que o brilhante advogado Paulo Quezado perdeu uma eleição para deputado federal com o 1234, o melhor de todos os números. A eleição em urna eletrônica reforçou a importância, mas a vida real mostra que é apenas um acessório.

 

UFRJ

Campus Party

A negligência com o Museu Nacional atravessou governos. Vem de longe e percorre o debate sobre a reforma da previdência. O chefe da Assessoria Especial do Ministério da Fazenda, Marcos Mendes, demonstrou em artigo no Estadão que a receita da UFRJ (assim como as demais federais) é alocada fortemente na previdência. Nisto, chama a atenção, o silêncio médio da Academia. Às críticas de que o teto dos gastos teria cortado recursos, ele responde que, ao con­trá­rio, a ver­ba des­ti­na­da à uni­ver­si­da­de au­men­tou 2% aci­ma da in­fla­ção. A conta com os servidores explica. Sim, eles compõem a Universidade. O ponto é discutir o modelo.

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