PF faz novas buscas em locais ligados a Aécio
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PF faz novas buscas em locais ligados a Aécio

2018-12-21 01:30:00
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A segunda fase da Operação Ross, que mira o senador Aécio Neves (PSDB/MG) foi deflagrada ontem, a pedido da procuradora-geral, Raquel Dodge, com base em representação da Polícia Federal "a partir da descoberta de novos indícios de práticas criminosas".

Em manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), Raquel defendeu "a necessidade das buscas" em três endereços ligados ao tucano, inclusive no apartamento residencial da mãe dele, Inês Neves da Cunha, em Belo Horizonte, e de um primo do senador, Frederico Pacheco.

A procuradora alertou sobre "riscos de eliminação de elementos de informação e que a medida é imprescindível para o aprofundamento da investigação, bem como para a correta delimitação da amplitude das pessoas investigadas".

As medidas foram determinadas pelo relator do inquérito no Supremo, ministro Marco Aurélio Mello. Na petição, Raquel defendeu "a necessidade das buscas". Outro objetivo das cautelares, destacou a Procuradoria, é "descortinar os envolvidos nos ilícitos perpetrados".

A Operação Ross investiga suposta propina do Grupo J&F ao senador, entre 2007 e 2014. A primeira fase foi deflagrada no dia 11 passado e fez buscas em endereços do próprio senador, da irmã dele, Andréa Neves, e do deputado federal Paulinho da Força (SD-SP).

Ross é um desdobramento da Operação Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017. Os valores investigados, que teriam sido utilizados também para a obtenção de apoio político, ultrapassam R$ 100 milhões.

Segundo o Ministério Público Federal, em troca dos recursos financeiros, Aécio teria prometido favorecimentos em um eventual governo presidencial (2015 a 2018) além de influência junto ao governo estadual de Minas, "neste caso, com o objetivo de viabilizar a restituição de créditos tributários".

A Procuradoria-Geral destacou que a investigação apura compra de apoio político por Aécio. Um dos objetivos da nova fase da Operação Ross "é delimitar a participação dos envolvidos no esquema".

Ao todo, o Grupo J&F teria repassado cerca de R$ 110 milhões a Aécio, sendo que parte desse valor teve como destinatários finais 12 legendas que o apoiaram na disputa presidencial.

Ainda segundo as investigações, parte do dinheiro foi entregue, em espécie, ao senador. O restante dos repasses foi viabilizado por transferência bancária e pelo pagamento de serviços simulados. No inquérito, são investigados os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Aécio nega todas as acusações e tem chamado os delatores de "criminosos confessos". Em seu último discurso como senador, no dia 12, o tucano disse que estava vivendo dias "extremamente difíceis" e admitiu ter cometido um "erro" ao aceitar ajuda de Joesley.

A pressão para que Aécio Neves saia do PSDB cresceu, após a segunda fase da Operação Ross. A primeira representação pedindo a expulsão de Aécio do PSDB foi protocolada na Executiva Nacional do partido e deverá seguir para o Conselho de Ética. Endereçada ao presidente da legenda, Geraldo Alckmin, a representação é assinada pelo deputado Wherles Fernandes da Rocha (AC), sob alegação de quebra de decoro parlamentar por parte do senador. O documento foi redigido antes mesmo da operação deflagrada nesta quinta.

Agência Estado

 

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