O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz federal Sérgio Moro, afirmou que há necessidade de esclarecimentos sobre os fatos relacionados ao relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de um assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) - filho do presidente eleito,  Jair Bolsonaro. "Esses fatos têm de ser esclarecidos", disse Moro, em Brasília.

 

"O presidente já prestou alguns esclarecimentos. Há outras pessoas que precisam prestar seus esclarecimentos. Os fatos, se não forem esclarecidos, têm de ser apurados".

 

É a primeira vez que o futuro ministro comenta o caso. Moro, que esteve durante os últimos quatro anos à frente dos julgamentos das ações penais envolvendo casos da operação Lava Jato, foi criticado na última sexta-feira por abandonar a entrevista sem responder aos questionamentos da imprensa.

 

O ex-juiz disse, no entanto, que não tem "esse papel" de comentar ou de interferir em casos específicos.

 

"O ministro da Justiça não é uma pessoa para ficar interferindo em casos concretos. E eu nem sou ainda ministro da Justiça. Até vi que tem pessoas cobrando uma posição, mas são as pessoas que têm de prestar esclarecimentos, o presidente já prestou os deles", afirmou Moro, completando: "Vou colocar uma coisa bem simples. Fui nomeado para ministro da Justiça. Não cabe a mim dar explicações sobre isso. Eu acho que o que existia no passado de um ministro da Justiça opinar sobre casos concretos é inapropriado". (AE)