O primeiro encontro oficial entre o presidente Michel Temer (MDB) e o seu sucessor, Jair Bolsonaro (PSL), ontem, durou apenas 15 minutos e foi cercado de formalidades pelo recém-eleito e por uma tentativa de descontração por parte do atual mandatário.

 

Ao chegar, Bolsonaro bateu continência, cumprimentou os presentes e observou os detalhes do gabinete presidencial no terceiro andar do Palácio do Planalto, seu novo local de trabalho a partir de 1º de janeiro.

 

"Pode me chamar de você", disse Temer a Bolsonaro, tentando descontrair o ambiente. "Não, o senhor é o presidente da República, devo chamá-lo de senhor", respondeu, com respeito e deferência.

 

Temer levou seu sucessor para um "tour" pelo gabinete, pela sala reservada e pelas salas de reunião e de cerimônia. Bolsonaro também foi apresentado à sala suprema, antigo Salão Oval, onde são realizadas as reuniões ministeriais.

 

Acompanharam Bolsonaro o coordenador da transição e futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), o general Augusto Heleno, que assumirá o Gabinete de Segurança Institucional, e dois de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PSL) e Jair Renan.

 

Temer entregou a Bolsonaro o livro de balanço do governo, o Plano Plurianual (PPA) para os próximos 12 meses e os arquivos com todos os dados de governo. "Conversamos sobre vários assuntos, entre eles a governabilidade e o final de seu governo", disse Bolsonaro após o encontro.

 

Temer também o convidou para as próximas quatro viagens internacionais que tem a fazer até o fim do ano. Bolsonaro se interessou em ir ao encontro do G-20, que será realizado na Argentina nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro.

AE

 

SALÃO

O antigo Salão Oval é construído com 39 assentos. Com o novo desenho da Esplanada dos Ministérios, que a princípio terá 18 pastas, sobrarão muitos lugares. Hoje são 29 ministros.