Cid admite aliança com DEM em troca de apoio no Senado
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Cid admite aliança com DEM em troca de apoio no Senado

2018-11-21 01:30:00
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Às vésperas do encontro que pode consolidar um bloco de até 17 senadores a partir de 2019, o ex-governador Cid Gomes (PDT) admitiu que uma aliança com o DEM faria parte das negociações.

 

Em entrevista ao O POVO, o senador eleito afirmou que esse bloco, que teria ao todo cinco legendas, apoiaria a recondução do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara Federal.

 

"Numa recíproca", calcula o pedetista, "esses partidos que estão reunidos em torno do Rodrigo Maia ? DEM, PP e Solidariedade ? apoiariam a candidatura de um nome desse 'meio de campo' do Senado que não é situação nem oposição".

 

Meio de campo é como o ex-ministro vem chamando o grupo que tem mantido conversas preliminares com a finalidade de criar um blocão. Hoje, pela primeira vez, esse conjunto de siglas se reúne em Brasília. Além do senador da Rede Randolfe Rodrigues e do próprio Cid, participam outros parlamentares de PDT, PSB, PRP e PPS.

 

De acordo com o cearense, "uma forma de viabilizar esse bloco, e o seu sucesso na disputa pela mesa-diretora do Senado, seria fazer um entendimento de reciprocidade de apoio com o DEM e, junto, com ele, o PP".

 

Atual presidente da Câmara, Maia tem costurado permanência na cadeira. As articulações do democrata incluem investida no entorno do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), mas também abertura de canal com o PDT.

 

O apoio do deputado, afirma Cid, seria uma moeda valiosa na tentativa de emplacar um nome na mesa-diretora ou mesmo na presidência do Senado. O pedetista tem dito que o tucano Tasso Jereissati "atenderia a esse perfil", mas que o PSDB "precisaria querer".

 

Em conversa com O POVO na última segunda-feira, Tasso reconheceu diálogo com Cid. "Tivemos uma longa conversa (há duas semanas). Acho que a articulação dele tem sentido", disse o senador.

 

"Fazer um bloco de centro que não se deixe encantar pelas benesses do poder, mas também não se precipite numa oposição irresponsável."

Sobre a possibilidade de que o PT integre esse blocão, Tasso respondeu que isso dependeria do partido. "Tem uma ala do PT que tem bom-senso também."

 

Questionado então sobre a hipótese de concorrer à presidência do Senado, o parlamentar não descartou. "Ainda tem muita articulação, tem muito a acontecer. Vamos ver como as coisas se desenrolam", falou. E acrescentou: "O importante é que a gente tenha uma presidência com esse espírito de conciliação".

 

Eunício Oliveira (MDB), presidente do Senado, não se reelegeu. O emedebista, no entanto, tenta influenciar no processo de sucessão na Casa.

 

Henrique Araújo

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