Weber diz que pleito tem "clima de normalidade"
Em meio a críticas sobre atuação insuficiente das autoridades brasileiras para impedir as fake news na eleição, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, avaliou que "os níveis de discórdia atingem graus inquietantes", mas, segundo ela, apesar disso, o 1º turno das eleições transcorreu "em clima de normalidade".
A declaração foi feita durante entrevista coletiva de imprensa ontem, a uma semana do segundo turno. Ela também defendeu a lisura do processo eleitoral e disse que a desinformação tem de ser combatida. Sem citar processos específicos, a ministra afirmou que as ações de investigação propostas devem respeitar o processo legal e que "a Justiça Eleitoral não combate boatos com boatos, há um tempo para resposta responsável".
O TSE deu abertura na última sexta-feira, 19, a uma ação de investigação eleitoral a pedido do PT diante da suspeita de que empresas possam ter pago para a divulgação de notícias falsas contra o partido de modo a beneficiar o concorrente, Jair Bolsonaro.
Em outro procedimento, a Polícia Federal abriu a pedido da Procuradoria-Geral da República um inquérito para apurar se houve utilização de esquema profissional por parte das duas campanhas com o propósito de propagar notícias falsas.
Também presente na coletiva de imprensa, o ministro Raul Jungmann, da Secretaria da Segurança Pública, destacou que esse inquérito tramitará sob sigilo. Rosa Weber disse que o TSE dará "respostas fundamentadas no âmbito das ações judiciais que são propostas, e as ações judiciais exigem o devido processo legal como previsto na Constituição".
"A desinformação deliberada ou involuntária que visa o descrédito da justiça eleitoral tem que ser combatida, com informação responsável e objetiva", afirmou.
O ministro Tarcísio Vieira, do TSE, afirmou que a Corte jamais subestimou os impactos desastrosos de notícias falsas no processo eleitoral, "catapultadas por recursos de alta tecnologia, principalmente em campanhas de curta duração".
Segundo Vieira, o TSE fez esforços para tornar a eleição de 2018 um ambiente fértil para circulação de ideias e destacou a preocupação com as fakes news que questionam a segurança e confiabilidade das urnas eletrônicas.
O vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques, afirmou que as urnas são seguras. "Em todas as urnas havia um lacre e em nenhuma delas ele foi quebrado ou adulterado", disse. Um porta-voz da área de tecnologia da informação do TSE deu explicações técnicas e também afirmou que não houve irregularidades verificadas nas urnas no primeiro turno.
Agência Estado