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O horário eleitoral gratuito foi ao ar na televisão ontem, às 13 horas e às 20h30min, com um total de 25 minutos cada programa. Faltando pouco mais de um mês para o primeiro turno das eleições, que ocorre no próximo dia 7 de outubro, O POVO acompanhou dois eleitores indecisos para saber o poder de influência das inserções dos postulantes.

 

Entre eleições municipais e estaduais, o advogado Adherbal Barros, de 28 anos, diz que votará pela "sexta ou sétima vez". Sendo que o pleito deste ano é, de longe, aquele em que ele está mais indeciso.

 

Dentro deste contexto particular, diz que a propaganda eleitoral em nada contribuiu para sua eventual escolha.

 

"Não dá tempo nem sequer de mostrar como será, por cima, o plano político. Então, eles tentam focar em promessas onde possam alcançar a maioria. Pra mim, não ajuda em nada e só aumenta a descrença na classe política", externou Barros.

 

A avaliação que o advogado faz é de que "algumas formas de fazer política não mudam". Como ilustração, menciona abraços em crianças e imagens dos candidatos com pessoas pobres. "Isso pra mim é tão tosco que chega a ser cômico".

 

Ele descarta votar em algum candidato com base no horário eleitoral. "Decidir em quem votar por esses programas eleitorais seria o mesmo que decidir quem canta melhor avaliando a beleza", compara.

 

No âmbito estadual, fez críticas a Camilo Santana (PT), com "aliança absurda" reunindo formalmente e informalmente 24 partidos que lhe rendeu 6 minutos e 24 segundos de TV. Além disso, classificou a gestão petista como ineficiente, que apenas repetiu o que outros governos fizeram. Sobre o oposicionista General Theophilo (PSDB), disse que pelo militarismo evidenciado no nome, não quer nem conhecer. Ele disse desconhecer o nome de outros concorrentes ao Palácio da Abolição.

 

Ainda na esperança de decidir o voto, diz que fará pesquisas por "outros meios", na tentativa de avaliar a trajetória política de cada um.

 

Aos 17 anos, no pré-vestibular, Thais Palmeira tirou o título de eleitor um ano antes visando as Eleições de 2018. No plano nacional, não está indecisa.

"Mas os outros cargos, o que tem contribuído (para a indecisão) é a quantidade de candidatos. Não consigo me decidir em quem votar, justamente por esse turbilhão de informações ao mesmo tempo, seja na internet ou na televisão", explica.

 

Também na audiência do horário eleitoral, enfatizou que deu para "esclarecer um pouco", mas não totalmente, "porque alguns candidatos têm pouco tempo".

 

A disparidade de tempo, inclusive, foi o que mais incomodou a jovem. Embora saiba que a exposição dos candidatos é determinada pelo número de partidos que compõem determinada coligação, pensa que deveria ser mais igualitário. Ao passo que Camilo dispõe de aproximados 6 minutos e meio, por exemplo, Francisco Gonzaga (PSTU), tem 9 segundos para falar ao eleitorado.

 

Mesmo assim, afirma que gostou de ter entrado em contato com nomes de "outros candidatos que estão mais afastados da mídia".

 

Na mesma linha do pensamento de Barros, Thais diz que a decisão por algum nome, se vier, será tomada após se utilizar de outros meios de informação.

 

"Acho que a internet, apesar de a TV dar um norte, é mais fácil de conseguir mais informações, entrevistas etc", observa.

 

TELEVISÃO

 

TEMPO DOS CANDIDATOS

 

AILTON LOPES (PSOL)

17 segundos. Fez menção a Ciro, Tasso e Eunício como representantes da velha política. "Ora juntos, ora separados", disse.

CAMILO SANTANA (PT)

6min e 24 seg. Usando os números da administração, citou feitos e importância de continuidade para "construir um Ceará cada vez mais forte", tema da música de campanha.

 

FRANCISCO GONZAGA (PSTU)

9 segundos. Usou o pouco tempo com a fala "contra a Reforma Trabalhista".

 

GENERAL THEOPHILO (PSDB)

1min55seg. Deu destaque ao seu histórico militar. Usou diversas vezes a palavra segurança, até ao falar de outros serviços. "A segurança de ter emprego", por exemplo.

 

HELIO GOIS (PSL)

10 segundos. O candidato de Bolsonaro (PSL) não usou o tempo que lhe foi destinado.

 

MIKAELTON CARANTINO (PCO)

Não aproveitou espaço concedido.