PT decide não apresentar vice na convenção que realiza hoje 

PUBLICIDADE

VERSÃO IMPRESSA

PT decide não apresentar vice na convenção que realiza hoje

2018-08-04 01:30:00
NULL
NULL
[FOTO1]

A senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, anunciou ontem que o partido deixará para a Executiva Nacional da sigla decidir até o dia 14 o anúncio do nome para vice na chapa que vai disputar a Presidência da República. Segundo advogados do PT, a decisão representa risco à candidatura.

 

"Não houve mudança jurisprudencial na Justiça Eleitoral", justificou a senadora sobre não haver determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o nome de vice seja homologado 24 horas após as convenções partidárias.

 

O PT deve oficializar hoje, em São Paulo, o nome de Lula como candidato à Presidência. Preso, o ex-presidente, condenado em segunda instância a 12 anos e um mês de prisão pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

 

O ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, advogado do PT no TSE, disse que a decisão comunicada por Gleisi é de risco. "A gente nunca sabe como o tribunal vai decidir. Mas existem razões políticas (para a decisão do PT) que têm que ser levadas em conta", afirmou.

 

Advogados eleitorais ouvidos pela reportagem dizem que, em eleições anteriores, a Justiça autorizava as convenções partidárias a delegar a escolha do vice. "Sempre foi autorizado delegar até a data do registro (15 de agosto)", disse o especialista em direito eleitoral Helio Silveira.

 

O anúncio de Gleisi surpreendeu o PT que, desde quinta-feira, se apressava para definir o nome do vice até o Encontro Nacional do partido, com poderes de convenção, marcado para hoje em São Paulo.

 

A estratégia inicial era escolher o vice até o dia 15, quando acaba o prazo para registro das candidaturas. Na quinta, os advogados do PT orientaram a direção a antecipar a escolha. Ontem à tarde, Gleisi, o ex-prefeito Fernando Haddad, o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh e o tesoureiro do PT, Emídio de Souza, embarcaram rumo a Curitiba para anunciar a mudança de planos e definir a nova estratégia com Lula. O grupo decidiu voltar à estratégia original.

 

As reviravoltas provocaram tumulto no PT e em partidos aliados, com o PCdoB, cotado para ficar com a vaga de vice. Gleisi chegou a marcar reunião com a presidente do PCdoB, Luciana Santos, para decidir se Manuela d'Ávila seria a escolhida. Segundo fontes do PCdoB, a direção petista sugeriu que Manuela retirasse a candidatura e ficasse no "banco de reservas" até a situação de Lula ser definida.

 

De acordo com as fontes do PCdoB, a estratégia petista era indicar provisoriamente um vice do PT, possivelmente Fernando Haddad, visto como possível substituto de Lula, e a chapa "real", com Manuela de vice, só seria anunciada quando esgotarem as possibilidades do ex-presidente na Justiça. O PCdoB considerou a proposta "constrangedora" e recusou.

Agência Estado

 

TAGS