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Para MDB, Ciro não atrapalha aliança entre Eunício e Camilo

2018-07-21 01:30:00
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As recentes declarações de Ciro Gomes (PDT) contra o senador Eunício Oliveira (MDB) não são interpretadas dentro da cúpula emedebista como uma dificuldade real para a consolidação da aliança entre o presidente do Congresso Nacional e o governador Camilo Santana (PT) nas eleições deste ano.

 

O vice-presidente estadual da sigla, Gaudêncio Lucena, disse ontem ao O POVO que a opinião de Ciro é considerada “normal” e que não preocupa o grupo porque a decisão será tomada pela maioria dos partidos que compõem o arco de aliança em torno do governador. “O próprio Camilo tem dito que será uma decisão democrática, pela maioria dos partidos que compõem o arco. Como nós sabemos que a maioria aceita, não vejo motivo para que uma única opinião possa atrapalhar”.

 

Gaudêncio afirmou ainda que, após as declarações de Ciro, nenhuma objeção foi apresentada pelo articulador político do grupo liderado pelo pedetista, o ex-governador Cid Gomes. “Pelo contrário. Ele disse que isso tem que ser tratado com os demais partidos e nos outros partidos isso é tratado com naturalidade. Não é motivo de preocupação”, repetiu.

 

Em evento do PDT realizado em Fortaleza na semana passada, Ciro admitiu preferência por André Figueiredo (PDT) na corrida ao Senado. Como uma das vagas da chapa já é considerada como sendo de Cid Gomes, o senador Eunício Oliveira ficaria isolado. Ciro também citou o emedebista como um dos “picaretas” que ingressaram com ações judiciais contra ele.

 

Cid, que estava presente no evento, não subiu ao palanque e também não quis conversar com a imprensa após o discurso do irmão.

Após o episódio, o governador voltou a defender a aliança com Eunício. Apesar do mal-estar, Gaudêncio avalia que a aliança será formalizada no próximo dia 5 de agosto, durante convenção estadual do MDB. “Poderá até ser no mesmo local que a convenção do Camilo (também marcada para o próximo dia 5)”, sugeriu.

Na opinião de Lucena, o que afasta Ciro Gomes da aliança com o MDB no Ceará é o contexto nacional. O fato de o partido decidir lançar o ministro da Fazenda Henrique Meirelles como pré-candidato ao Planalto pode interferir na relação do líder do grupo dos Ferreira Gomes. “É público e notório que ele (Ciro) não tem lá grande relacionamento com o presidente Michel (Temer)”, sublinha.

 

Eunício ainda não comentou publicamente as manifestações de Ciro. De acordo com Gaudêncio, o senador “não tem demostrado essa preocupação porque sabe que Camilo conduz a situação da melhor maneira possível”. “Com diplomacia e a habilidade que ele tem”, afirmou.

 

DISPUTA PELO SENADO

 

 

IMPASSE

Após Ciro Gomes defender que mais uma vaga ao Senado seja destinada ao PDT, o PT reivindicou espaço na chapa. O presidente estadual do partido, Moisés Braz, disse essa semana que “não abre mão da vaga”. A defesa se alinha com a ala ligada à deputada Luizianne Lins que cobra a manutenção da cadeira do partido no Senado.

ALIANÇA

Reagindo às movimentações do PDT e do PT na tentativa de isolar Eunício, Camilo Santana se manifestou pró-aliança com o senador. "Não tenho dúvida que, de forma democrática, com muito diálogo, nós vamos encontrar os caminhos necessários para a construção dessa aliança”, defendeu.

 

Rômulo Costa

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