PUBLICIDADE
VERSÃO IMPRESSA

Azeredo se entrega à Polícia e vai cumprir pena em quartel da PM

2018-05-24 01:30:00

 

O ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) se entregou à Polícia Civil de Minas Gerais na tarde de ontem. Por determinação da Justiça, ele não vai para uma prisão comum. O tucano conseguiu na Justiça o direito de ficar preso em unidade da Polícia Militar de Minas Gerais sem a necessidade da utilização de uniforme do sistema prisional. A decisão é do juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, da Vara de Execuções Penais de Belo Horizonte. A Justiça ainda proibiu o uso de algemas.

Azeredo foi considerado foragido na manhã de ontem. Os defensores do ex-governador e a Polícia Civil negociavam desde a noite da terça-feira, 22, as condições para ele se apresentar, após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negar o último recurso cabível na condenação do tucano a 20 anos e um mês de prisão no mensalão mineiro.

No despacho, o juiz da Vara de Execuções Penais afirmou que “a situação é inédita, nunca vista anteriormente em Minas Gerais, ou seja, a prisão de um ex-chefe de Estado”. Ao considerar o status de ex-governador de Estado o juiz acrescenta, na decisão, que “por isto mesmo há regramento próprio de proteção a pessoas que desempenharam funções relevantes na República”.

 

O juiz manda ainda que, “a fim de viabilizar o atendimento ao sentenciado, o senhor secretário (de Estado de Segurança Pública e Administração Prisional) deverá disponibilizar: ao Comandante do Batalhão, agentes penitenciários para o apoio no acompanhamento carcerário do sentenciado; o imediato encaminhamento da equipe da superintendência de atendimento ao preso, para cadastramento da família do apenado para visitas”.

 

O líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), disse “lamentar” a prisão do ex-governador. Ao ponderar o impacto da prisão de Azeredo, que governou o segundo maior colégio eleitoral do País pelo PSDB, líderes tucanos têm argumentando que ele não tinha mais atividade partidária e procuraram voltar as críticas na direção do PT.

 

“O PSDB tem uma postura diferente do PT. Nós respeitamos a lei e as instituições, a gente não fica fazendo acampamento na frente da prisão xingando a Justiça”, disse Paulo Bauer, comparando a situação com a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso desde 7 de abril em Curitiba.

 

Bauer afirmou que acredita na honestidade “pessoal” de Azeredo. “Eu pessoalmente lamento, porque conheço o Eduardo Azeredo e sei que ele não deve ter se apropriado pessoalmente de nenhum centavo que não seja lícito. Com relação à campanha eleitoral, se a Justiça entendeu que houve prática de ilegalidade, obviamente tem que tomar decisões”, ponderou.

Com Agência Estado

 

TAGS