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Um mês depois, assassinato de Marielle permanece sem respostas

2018-04-14 01:30:00
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“Quem matou Marielle?”, questionava uma das hashtags mais usadas no Twitter um dia após o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (Psol). Ela e seu motorista, Anderson Gomes, foram alvejados por vários tiros ao saírem de um evento político no Rio de Janeiro na noite de 14 de março. Exatamente um mês depois, a pergunta segue sem resposta.

 

Uma equipe de policiais e de promotores investiga o caso, que segue em sigilo. Segundo informações do O Globo, foram identificados fragmentos de digitais em cápsulas de pistola 9 mm usadas no crime. Os fragmentos podem ser comparados com digitais de eventuais suspeitos. Até o momento, porém, ninguém foi preso e o caso segue sem suspeitos.

[SAIBAMAIS] 

Em rara entrevista na última segunda-feira, 9, o procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, disse que as investigações “caminham de forma positiva”. A equipe investiga também o caso do líder comunitário Carlos Alexandre Pereira Maria, assassinado no domingo, 8. Ele era colaborador do gabinete do vereador Marcello Siciliano (PHS), que foi ouvido como testemunha.

A principal linha de investigação do caso de Marielle e Anderson trabalha com a hipótese de execução de Marielle. A tese, porém, sugere outra pergunta: a quem interessaria matar Marielle? Para alguns correligionários e políticos mais à esquerda, não há dúvidas de que o crime foi político.
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Eles pressionam por celeridade nas investigações e vêm acompanhando o caso de perto. Ailton Lopes, presidente do Psol do Ceará, conta que há uma comissão da legenda do Rio de Janeiro, composta por parlamentares, que está seguindo de perto. “Nós estamos vigilantes. Os atos políticos que estamos fazendo são para dar visibilidade ao caso, para que haja uma cobrança e uma demonstração pública de que estamos cobrando justiça, mas há ações táticas de acompanhamento das investigações”, diz.

 

De forma geral, políticos e familiares têm afirmado que confiam nas investigações. Foi o caso da irmã de Marielle, Anielle Franco, em entrevista exclusiva ao O POVO. “Eu acredito na Polícia, sei que eles estão fazendo um trabalho bem feito. Eles têm condições de descobrir quem fez isso e, principalmente, quem mandou fazer isso”, disse Anielle.

 

O vereador Tarcísio Motta (Psol-RJ), que era próximo de Marielle, disse que também está confiante na investigação. Ele depôs na condição de testemunha na última quinta-feira, 12. “Não temos nenhum elemento até o momento que desabone a atuação do chefe de Polícia ou da Delegacia de Homicídios. Não há nada que aponte para negligências ou morosidade proposital na apuração. Então, seguimos confiantes de que esse crime será solucionado”, afirmou.

 

As pressões, porém, continuam e vêm de dentro e de fora do País. Em nota divulgada ontem, a Anistia Internacional cobrou as respostas. “A sociedade precisa saber quem matou Marielle e por quê. A cada dia que passa, este caso permanece sem respostas, o risco e ameaças em torno dos defensores e defensoras de direitos humanos aumentam”, disse Jurema Werneck, diretora-executiva da instituição.

 

Letícia Alves

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