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O Sindicato dos Delegados de Polícia Federal do Paraná (SinDPF/PR) enviou ontem ofício à Superintendência do órgão no Estado pedindo que o ex-presidente Lula (PT) seja transferido. O sindicato argumenta que a grande movimentação no local, em Curitiba, com manifestações, tem provocado transtornos, gerando riscos a moradores da região e funcionários,. A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), reagiu, classificando a nota do SinDPF/PR como desrespeitosa, e defendeu as manifestações em favor da liberdade de Lula.

 

Em nota à imprensa, o SinDPF/PR disse que solicitou no pedido “a transferência imediata do ex-presidente para uma unidade das Forças Armadas, que possua efetivo e estrutura à altura dos riscos envolvidos”.

Conforme a nota, “em razão da invasão da região próxima deste prédio de centenas de pessoas ligadas a movimentos sociais e outras facções, por questões de segurança, foi determinado o bloqueio de acessos e demais medidas assecuratórias, causando graves inconvenientes e atrasos nos atendimentos e ações policiais”.

Ainda de acordo o SinDPF/PR, outros policiais federais e moradores estão informando, extraoficialmente, “que temem pela segurança de suas famílias em face das ameaças e presença de tais manifestantes”. A Polícia Federal, por sua vez, ressaltou que é responsabilidade da Justiça decidir sobre transferência de um preso.

 

Em vídeo divulgado ontem, Gleisi Hoffmann criticou a nota e afirmou que “qualquer situação, envolvendo o ex-presidente Lula, inclusive de transferência de local, só vai ser feita a partir de negociação detalhada e responsável com seus representantes jurídicos. Fora disso, não há nenhuma possibilidade”.

 

Pelo Twitter, o senador petista Lindbergh Farias repudiou a nota do SinDPF/PR. “Sindicato dos Delegados da PF, em nota criminosa à imprensa, chama o acampamento da democracia de invasão, criminaliza a militância ao dizer que são ‘integrantes de facções’, mente descaradamente ao citar ameaças à moradores e pede transferência de Lula para um posto militar”, publicou.
Na última segunda-feira, o advogado de Lula, Cristiano Zanin, disse que a equipe que compõe a defesa do ex-presidente analisa a possibilidade de pedir a transferência de Lula para São Paulo.

 

Também ontem, a 1ª Vara de Execuções Fiscais de São Paulo decretou a indisponibilidade de bens de Lula. Foram foram declarados indisponíveis ainda os bens de Paulo Okamotto, do Instituto Lula e da L.I.L.S., empresa de palestras do petista, em processo que corre em segredo de justiça. O objetivo da decisão é garantir o pagamento de divida fiscal de quase R$ 30 milhões com a União.

 

Os citados afirmam que a medida é uma forma de dificultar a possibilidade de defesa do ex-presidente, que, segundo eles, não teria posse dos valores bloqueados. O Instituto Lula afirmou que está recorrendo da decisão ”.

Com agências

 

 

EM SÃO PAULO

Uma manifestação em defesa da liberdade de Lula foi realizada em São Paulo na tarde de ontem. O protesto começou na Praça da Sé e seguiu até a Praça da República, onde houve ato cultural.