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Irmã e amiga de Marielle Franco, Anielle Franco divide a dor da perda com a defesa do legado da vereadora assassinada há um mês no Rio de Janeiro. Diferentemente de “25 dias atrás”, ela admite que pode seguir a carreira política.

 

O POVO: O que a morte de Marielle representa para o Brasil?

Anielle: Sempre que uma minoria cresce, aparece alguém para derrubar. Esse crime bárbaro, covarde, representa muita coisa: é a tentativa de calar a voz da minoria, é mais uma prova de que quando alguém vem de baixo, os poderosos não aceitam.

 

O POVO: O que, na história de Marielle, pode unir a todos?

Anielle: Quando ela foi morta, houve uma onda de fake news e desrespeito, mas também uma onda positiva muito maior. Isso de uma forma geral uniu muita gente independentemente de religião, se era homossexual ou hétero, se era preto ou branco. A sensibilidade do ser humano com a dor do próximo se aflorou, foi maior do que a covardia e brutalidade do que fizeram.

 

O POVO: A senhora está satisfeita com as investigações?

Anielle: Nós estamos esperando pela justiça, estamos esperançosos de que haverá uma resolução. Eu não sou dessa área, então é difícil para mim dizer se está demorando, ou não. Eu acredito na Polícia, sei que eles estão fazendo um trabalho bem feito. Eles têm condições de descobrir quem fez isso e, principalmente, quem mandou fazer isso.

 

O POVO: Há algum projeto seu de entrar na política?

Anielle: Quando me faziam essa pergunta 25 dias atrás, eu dizia que não queria. Mas hoje eu não sei. Eu não tenho medo. A gente vai manter o legado dela vivo, vamos lutar pelo que ela lutou. Mas não sabemos ainda como. Se eu te disser que quero entrar na política, vou estar mentindo, mas se eu te disser que não, também estarei.